São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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O 11º país do futuro
CLÓVIS ROSSI SÃO PAULO - O Brasil já não é mais apenas ``o país do futuro". É o 11º país do futuro. Explico: o Brasil ficou em 11º lugar em pesquisa com 1.502 executivos de grosso calibre do mundo inteiro como um dos países que estará nos primeiros lugares de competitividade no ano 2030.A pergunta exata feita aos executivos foi esta: ``Quais os três países que o senhor espera que estejam no topo do ranking do Relatório Mundial de Competitividade do ano 2030?". Ganharam os EUA, com 813 votos, seguidos pelo Japão (687), exatamente a ordem atual em matéria de competitividade, conforme o relatório que anualmente é elaborado em conjunto pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Gerência (IMD) e o Fórum Econômico Mundial, ambos suíços. Depois, uma primeira surpresa: a China (580 votos). Seguem-se, pela ordem: Alemanha, Cingapura, Coréia do Sul, Índia, Taiwan, Malásia, Suíça e Brasil. ``É uma posição muito honrosa, por ser o primeiro da América Latina e por estar à frente da maioria dos países europeus", disse à Folha Madeleine Linard, especialista do IMD. De fato é, ainda mais se comparado com o panorama atual. No relatório referente a 1993, o Brasil é 36º e penúltimo colocado, entre os 37 países pesquisados, à frente somente do Paquistão. Pular para o 11º dentro de apenas 35 anos (tempo historicamente muito curto) seria um salto enorme. Não há explicações para o salto, dado que a pesquisa se limita a colher respostas para a pergunta citada. Votaram no Brasil, como um dos três países-top, 89 dos 1.502 consultados, um número também expressivo. Afinal, são apenas 14 votos a menos do que a Suíça. Resta agora esperar setembro, mês em que será divulgado o Relatório Mundial sobre Competitividade relativo ao ano de 1995. Não basta ser um país do futuro, se o presente continuar sendo mal avaliado pelos executivos que decidem, em última análise, os rumos de suas empresas. Vale, de todo modo, observar que, dos dez primeiros colocados no ``grid" de largada para 2030, sete são países asiáticos. É inequivocamente o continente para o qual sopram os ventos. Texto Anterior: A reforma do BB Próximo Texto: "Não saio", diz Genoino Índice |
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