São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Trote da PUC acaba em suspensão

DA REPORTAGEM LOCAL

A ``brincadeira" do trote acabou ficando séria na Faculdade de Medicina da PUC em Sorocaba.
Vinte e dois alunos da faculdade foram suspensos das aulas, por períodos que variam de 60 a 180 dias, por darem trote nos calouros de 93. Eles vão perder o ano e terão a suspensão registrada no histórico escolar.
O trote na faculdade, proibido desde 93, era composto de uma enorme lista de atividades nada agradáveis.
Ele durava do início das aulas até o dia 13 de maio (data da libertação dos escravos).
Os calouros não podiam frequentar o Centro Acadêmico e a qualquer momento poderiam ser pegos pelos veteranos para ``trotes particulares", quando eram levados para repúblicas e viravam escravos de veteranos.
No dia do trote coletivo, os veteranos começavam a soltar rojões, o sinal para que os calouros saíssem da sala e formassem uma fila para fazer ``tudo o que o seu veterano mandar".
As atividades incluíam banho de óleo queimado, rastejar na lama e um concurso da ``nádega masculina mais bonita".
``Deu um pouco de medo, principalmente porque, no meu caso, eu tinha acabado de sair de São Paulo para morar aqui", diz Alexandre Rezende, 22, que assim mesmo diz ter gostado do trote. ``Serve para conhecer as pessoas", diz.
Alguns pais de alunos e a Comissão de Direitos Humanos da OAB reclamaram do trote violento. A universidade tirou fotos dos veteranos na hora do trote.
Depois disso, foi aberta uma sindicância para apurar o caso, e o reitor da universidade, Antônio Ronca, optou pela suspensão do envolvidos.
No mesmo ano, os alunos entraram com mandado de segurança, que suspendeu a pena até a sentença final.
Na sexta-feira, 5 de maio, o juiz federal da 2ª Vara da Justiça de São Paulo, Victorio Giuzio Neto, deu a sentença confirmando a decisão do reitor.

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