São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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General é novo secretário no Rio

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O general da reserva e deputado federal Nilton Cerqueira (PP-RJ), 64, assume hoje a Secretaria da Segurança Pública do Rio.
O anúncio foi feito ontem pelo governador do Estado, Marcello Alencar (PSDB).
Cerqueira substitui o também general Euclimar da Silva, que pediu demissão após a decisão de Alencar de extinguir a DAS (Delegacia Anti-Sequestro), da Polícia Civil, sem consultá-lo.
Alencar afirmou ontem que um dos critérios para a escolha de Cerqueira foi o político. Cerqueira é do PP, que apoiou a candidatura de Alencar ao governo nas eleições do ano passado.
O governador disse que a escolha atende a ``dois grandes desafios" do governo: a reforma das instituições policiais e o ``combate em caráter emergencial" ao crime.
A atuação do general Silva, segundo Alencar, foi marcada pelo ``planejamento, articulação e organização" da polícia.
A atuação de Silva ficou desgastada com o aumento da criminalidade, principalmente os casos de sequestros.
Alencar negou ter consultado o Exército para a escolha de Cerqueira. Segundo ele, a maioria dos 40 mil votos que o general obteve nas eleições para deputado veio de policiais.
``Ele será recebido com muito respeito pelos policiais", afirmou. Segundo o governador, Cerqueira tem ``o equilíbrio interior dos que não se acovardam diante do insólito, mas sabe o que é poder legal e não exorbitará no cumprimento do dever".
O governador disse que o fato de ele e o general terem atuado em ``lados opostos" durante o regime militar não representa uma mudança de postura política por parte de nenhum dos dois.
Perseguido pelo regime militar (1964-85), Alencar foi advogado de presos políticos. Cerqueira participou da repressão.
Segundo Alencar, ``está ultrapassada" a divisão dos políticos entre direita e esquerda. ``Não vou ser central de ódio de um passado que para mim está vencido", afirmou o governador.
Ele disse que ``não está na hora de escolher um companheirozinho, um amiguinho para dirigir a segurança". Segundo ele, Cerqueira ``não está inscrito no rol dos que fizeram o tormento das pessoas" no regime militar.

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