São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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Forças de paz pedem ajuda da Otan

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O comando militar da Organização das Nações Unidas (ONU) em Sarajevo, a capital da Bósnia, pediu pelo segundo dia consecutivo que jatos da Otan (a aliança militar ocidental) sobrevoem a cidade.
Mas líderes das Nações Unidas continuam se recusando a fazer o pedido oficial de ajuda à Otan.
Sitiada há três anos por tropas sérvias, Sarajevo sofreu nos últimos dias ataques que deixaram 11 mortos e 26 feridos e foram considerados os piores desde 1993.
A ONU mantém na Bósnia forças de paz para monitorar o conflito entre sérvios e bósnios (na maioria muçulmanos, com apoio de croatas). Os sérvios dominam 70% do país e recusam um plano de paz que o divide ao meio.
Nas regiões consideradas "áreas protegidas pela ONU, como Sarajevo, as Nações Unidas têm direito de convocar os jatos da Otan se seus soldados forem atingidos.
A missão da ONU foi criticada por não conseguir deter a intensificação do conflito.
Apesar dos pedidos dos chefes militares, lideranças da ONU têm se recusado a pedir à Otan que intervenha contra os sérvios.
"Não pensamos que os sérvios estejam alvejando a cidade, disse ontem o porta-voz da ONU em Sarajevo, Alexander Ivanko.
O secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, afirmou que as Nações Unidas devem reavaliar sua participação na Bósnia.
Tropas sérvias atacaram ontem posições croatas em um corredor no norte da Bósnia que liga os sérvios da Bósnia à Sérvia (república da atual Iugoslávia).
O bolsão de Orasje, perto da fronteira entre a Bósnia e a Croácia, dominado por croatas, foi atacado por tanques e artilharia pesada sérvia. A cidade de Brcko, principal do corredor, sofreu ontem novos ataques.
A Croácia recuperou no início do mês território que estava em poder de rebeldes sérvios da autoproclamada República da Krajina.
Segundo as Nações Unidas, tropas bósnias avançaram ontem para sudeste no encrave muçulmano de Bihac e tomaram a cidade de Ripac dos sérvios. O encrave também é considerado uma "área protegida pela ONU.
O principal objetivo da missão da ONU é manter a rota de suprimentos para as populações civis nas áreas protegidas. Mas Bihac, por exemplo, ficou três semanas sem receber auxílio humanitário.

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