São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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Mitterrand passa senha das armas nucleares

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em encontro reservado de 60 minutos, o presidente Jacques Chirac recebeu ontem de François Mitterrand um medalhão de prata que carregará pendurado ao pescoço pelos próximos sete anos.
Dentro dele, inscrito numa papeleta, há o código numérico necessário para ativar o arsenal nuclear da França.
Para usar essas armas, o presidente francês e seu chefe de Estado Maior devem digitar uma senha num terminal de computador instalado no ``bunker" (aposentos blindados) localizado no subsolo do palácio presidencial do Eliseu.
O sistema, com sucessivas atualizações tecnológicas, foi implantado em 1963 pelo então presidente Charles de Gaulle.
Mas, com o fim da Guerra Fria e a desmobilização de seus arsenais, a França de Chirac está bem mais desarmada que aquela recebida por Mitterrand, em 1981.
As bombas atômicas AN-52, que equipavam os caças Jaguar e Mirage 3-E da Aeronáutica já foram desativadas em 1991.
No ano seguinte, foi a vez dos mísseis terra-terra Pluton, da artilharia do Exército.
Restam os mísseis ASPM, que equipam os Mirage 2000 (Aeronáutica), os Super-Etendart (Marinha) e ainda os 18 mísseis instalados em silos junto à fronteira com a Alemanha.
A França também teria 64 mísseis transportados por submarinos (quase nada, em relação aos 504 dos submarinos norte-americanos).
Em 1976, sem seguranças que o acompanhassem, o então presidente Giscard d'Estaing trombou seu Peugeot 504 com um caminhão de leiteiro.
A controvérsia francesa na época teve como tema a hipótese de o medalhão cair em mãos da hoje extinta União Soviética.

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