São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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Seita usou gás em ataque, diz químico

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade) foi responsável por ataque com gás venenoso em Matsumoto (centro do Japão) no ano passado, segundo o maior químico da seita à imprensa japonesa.
O chefe da unidade química da Aum Shinrilyo, Masami Tsuchyia, 30, reconheceu na polícia ter produzido o gás sarin antes do ataque em Matsumoto, que matou 7 pessoas e intoxicou 250.
Após o ataque, em junho de 94, a polícia estabeleceu que havia sido usado o gás sarin, mas não conseguiu achar os responsáveis.
Segundo o "Yomiuri Shinbum, o químico Tsuchyia agiu seguindo ordens do "ministro da Ciência da seita, Hideo Murai, assassinado no mês passado.
Mas o "Sankei Shinbum afirma que o sarin foi usado por ordem do guru Shoko Asahara, 40, preso terça-feira sob acusação de comandar outro atentado a gás.
O segundo atentado ocorreu em 20 de março passado no metrô de Tóquio. O sarin matou 12 pessoas e intoxicou outras 5.000.
Tsuchyia já havia confessado ter produzido o gás em laboratórios da seita em Kamiku-Isshiki, no sopé do monte Fuji (cerca de 100 km a oeste de Tóquio).
Seu depoimento foi uma das provas usadas para a emissão das ordens de prisão contra Asahara e outros 40 membros da seita.
Todas são suspeitas de participação no atentado em Tóquio, em que o sarin foi liberado em 16 estações de metrô diferentes.
Cerca de 250 fiéis de Asahara foram detidos desde o início das buscas policiais, entre eles quase todos os "ministros de uma espécie de "governo da seita.
Mas o maior integrante da seita capturado pela polícia foi Asahara. "Uso o direito de silêncio, responde o guru barbado a todas as perguntas da polícia.
Especialistas avaliam que a seita não tem mais grandes quantidades de sarin armazenadas, mas o ministro do Interior do Japão, Hiromu Nonaka, reafirmou ontem que ainda há riscos de ataques.
Continuam mobilizados 80 mil homens, ou um terço da polícia japonesa, para impedir atentados.
Não houve progresso nas investigações sobre o pacote-bomba que explodiu anteontem na sede do governo de Tóquio.

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