São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995 |
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Deuses ainda 'conspiram' no Vale Sagrado
JOÃO BITTAR
O rio Urubamba passa a se chamar Vilcanota. As plantações de quinua (um tipo de arroz cultivado desde os tempos dos incas) insinuam um jardim. Em cerimônias milenares pequenas folhas de coca são esfareladas ao vento e oferecidas à ``Pachamama" (a mãe terra). Cidades adormecidas nas encostas do chamado Vale Sagrado, como Pisaq, Ollantaytambo e Yucay, guardam as ruínas incas de tesouros saqueados. Essas cidades, que vivem basicamente da agricultura, encontraram no turismo uma de suas maiores fontes de renda. Os ambulantes estão por toda a parte, vendendo camisetas, agasalhos, abridores de garrafa e muitas histórias. Os trilhos de bitola estreita vão margeando o rio Vilcanota -continuação do Urubamba- e o vale se afunila entre as montanhas com cumes cobertos de neve. Luzes filtradas pela rica e colorida vegetação -afinal estamos na fronteira da selva amazônica- deixam um mistério no ar. A primeira parada é no Machu Picchu Pueblo Hotel, um estabelecimento novo, agradável e sem problemas com água quente a exemplo do que ocorre em muitos hotéis da região. Fica a 800 metros da estação da vila de Machu Picchu. É dali que um ônibus subirá a montanha em direção ao santuário inca. O antropólogo Hiram Bingham, descobridor de Machu Picchu, disse que sua beleza é incomparável e apostou no poder de seu feitiço. Cada pedra tem seu símbolo. Tudo tem uma explicação que empurra o viajante-peregrino para outras questões. Todas as montanhas em volta, os cânions, os cumes nevados quase podem ser tocados com as mãos. História e geografia conspiram com os deuses. Texto Anterior: Cuzco é a porta de entrada do império Próximo Texto: A paisagem é o melhor do roteiro Índice |
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