São Paulo, sábado, 20 de maio de 1995
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Cachorro é o último morador de vila

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO PANTANAL

A apenas 74 km a noroeste de Campo Grande (MS), Joaquim Murtinho é hoje um vilarejo-fantasma. Há 30 anos, era uma estação movimentada.
Restam hoje três prédios que abrigaram a estação, um alojamento e a casa onde morava a família do chefe da estação.
O único habitante do lugar é um cachorro vira-lata cuja sobrevivência, para o ferroviário Bonifácio de Souza, ``é um mistério".
``Antigamente, este lugar tinha muito movimento", disse Souza.
Há dois anos, quando o último chefe da estação se aposentou, a RFFSA desativou a parada em Joaquim Murtinho e levou móveis e equipamentos. Os imóveis estão sendo destruídos pelo tempo. Como este, outros locais se tornaram vilas-fantasmas, como Duque Estrada e Porto Carrero.
O fim da linha está tornando locais próximos à via férrea habitados só por homens. Mulheres e crianças estão saindo dos lugares mais isolados.
A maioria das famílias muda para Aquidauana, Miranda, Corumbá e Campo Grande. Foi o caso da família do lavrador Ernesto Garcia, 38. Ele levou a mulher, Jacira, 25, e dois filhos para Miranda. Garcia está agora morando sozinho numa fazenda próxima a Guaicurus.
(LM)

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