São Paulo, sábado, 20 de maio de 1995
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Trabalho é conjunto, diz Serra

DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, José Serra, disse ontem que o presidente da República ``não pede nem despede à equipe econômica".
Segundo Serra, existe é um trabalho conjunto da equipe com o presidente. Serra disse também que a equipe não faz mais estudos. ``Ela agora trabalha", afirmou.
Serra deu uma tumultuada entrevista nos corredores da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, onde participou da instalação da Subcomissão Permanente para o Acompanhamento do Programa Nacional de Desestatização, subordinada à Comissão de Economia da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado federal Rubem Medina (PFL-RJ).
Também presente ao ato, o presidente da Câmara, deputado federal Luiz Eduardo Magalhães (PFL-BA), disse a respeito dos juros que ``o paciente não pode esperar". Em discurso de quatro minutos ele falou duas vezes sobre os juros.
O paciente, no caso, é a economia brasileira que, segundo ele, vem há cinco anos sofrendo com políticas de juros elevados.
Estudo da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) indica que o número de títulos protestados no país durante o primeiro trimestre deste ano foi de 1,6 milhão.
O número representa um aumento de 77,38% em relação ao mesmo período de 94.
Segundo o relatório da federação, de janeiro a março deste ano foram requeridas 4% mais falências que na mesma época de 94. No mesmo período, as concordatas cresceram 12%.
A Fiemg atribui a elevação dos níveis de inadimplência (não pagamento de dívidas) às altas taxas de juros.
``Qualquer afirmativa do governo sobre o caráter temporário da forte majoração dos juros deve ser interpretada com ceticismo", diz o relatório da federação mineira.

Emenda
O deputado Sérgio Arouca (PPS-RJ) apresentou proposta de emenda à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) estabelecendo que o pagamento de juros em 96 não ultrapasse o montante que será gasto este ano, acrescido de 20% do crescimento real das receitas do Orçamento fiscal.
Para ser incorporada à LDO do próximo ano, a proposta de Arouca precisa ser aprovada pela Comissão Mista de Orçamento e pelo plenário do Congresso. Mesmo assim, dependeria de ser sancionada pelo presidente.

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