São Paulo, sábado, 20 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Festival de Curitiba é aberto sem pompa
MÔNICA SANTANNA
``Yerma", de Garcia Lorca, e ``Répétition", de Flávio de Souza, foram as peças que abriram o primeiro dia do festival. No auditório Salvador de Ferrante (Guairinha), foi apresentada ``Yerma" para um público aproximado de 300 pessoas. O teatro tem capacidade para 500 lugares. A peça estréia daqui a 15 dias no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Conta a história de uma mulher (Clarice Niskier) que deseja ter um filho e não consegue. ``Ao público vou contar uma história. Lorca é quem vai dizer essa história", disse o diretor Eduardo Wotzik antes da apresentação. A apresentação dura menos de uma hora. O público aplaudiu o elenco no final, sem entusiasmo. Ninguém ficou em pé. O governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT), assistiu à apresentação de ``Répétition", encenada na Ópera de Arame, espaço feito com vidro e ferros e cadeiras de arame. ``Repétition" é uma comédia que usa o próprio teatro como tema principal. Três artistas (Flávio de Souza, Xuxa Lopes e Elias Andreato) ensaiam no palco uma peça na qual o assunto principal é um triângulo amoroso e quando se dão conta estão vivendo a situação na vida real. O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PDT), não compareceu a nenhuma das peças. Ele participou em São Paulo da Confraria do Vinho como convidado especial. Greca disse que pretende assistir às peças ``O Melhor do Homem", de Carlota Zimmerman, e ``O Livro de Jó", adaptação de Luis Alberto de Abreu. A quarta edição do Festival de Teatro de Curitiba traz à cidade 17 peças que serão apresentadas até o próximo dia 28 em dez espaços culturais da cidade (veja quadro com programação abaixo). ``O Melhor do Homem" estreou ontem, segundo dia do festival, com direção de Ulysses Cruz. No palco do Paiol, os atores Rubens Caribé e Millen Cortaz discutiram a condição homossexual. O 4º Festival de Teatro de Curitiba tem ainda como destaques as peças ``Paixão", de Betty Milan e direção de Wolf Maia, e ``Rua da Amargura", de Eduardo Garrido e direção de Gabriel Villela. ``O Livro de Jó", uma adaptação de Luis Alberto de Abreu para o mito bíblico de Jó, mostra a história de um homem de paciência infinita. A peça será encenada pelo grupo Teatro de Vertigem, nas dependências do Centro de Saúde Metropolitano. É a única peça que começa às 23h. O 4º Festival de Teatro de Curitiba custou R$ 600 mil, segundo os organizadores Victor Aronis, Leandro Knopfhol e Cássio Chameck. Eles esperam que 20 mil pessoas assistam às 17 peças. Paralelamente à apresentação das peças, será realizado um ciclo de debates sobre o ``teatro no fim do milênio". Os debates começam hoje no Cine Luz, no centro da cidade. Texto Anterior: Itália ganha catálogo sobre literatura brasileira Próximo Texto: FESTIVAL DE CURITIBA Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |