São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
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Cargill pretende investir US$ 300 mi em cinco anos

Empresa condiciona investimento a reforma tributária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente mundial da Cargill Agrícola, o norte-americano Whitney MacMillan, disse ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso que a empresa pretende investir US$ 300 milhões no Brasil nos próximos cinco anos.
MacMillan porém, disse que a efetivação destes investimentos depende dos resultados da reforma tributária, que ainda não foi votada pelo Congresso.
A principal reclamação da empresa junto a FHC é a tributação diferenciada nos Estados em torno do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço).
A Cargill está instalada no país há 30 anos e atua na área de agroindústria em nove Estados. ``Precisamos de uma melhor estrutura de impostos, que acabe com o tratamento diferenciado entre os Estados", disse.
Segundo o vice-presidente da empresa no Brasil, Sérgio Barroso, o ICMS gerado em Minas Gerais precisa ser pago à vista.
Na Bahia, disse, é possível pagar o mesmo imposto em sete anos, com correção pela metade da TR (Taxa Referencial para juros).
Para Barroso, o fim destas diferenciações podem otimizar os investimentos da Cargill no Brasil. ``Ainda não decidimos quais os Estados serão mais beneficiados pelos investimentos", disse Barroso.
Os investimentos anunciados ontem pela Cargill são os maiores fora dos Estados Unidos, onde está a sede da empresa. ``O Brasil tem sido muito bom para a Cargill", disse MacMillan.
Os números equivalem ao valor até hoje aplicado pela Cargill no país, nos últimos 30 anos, segundo Barroso.
Ele não teria feito previsão sobre o envio da proposta de reforma tributária ao Congresso.
A Cargill teve em 94 um faturamento de US$ 1 bilhão no Brasil, segundo diretores da empresa. Ela produz soja, milho, cacau, café, frutas cítricas, rações e fertilizantes.

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