São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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Abastecimento será mantido no nível atual, afirma DNC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A capacidade da greve dos petroleiros de reduzir o abastecimento de derivados do petróleo está praticamente esgotada.
Daqui para frente -a não ser que ocorra uma paralisação de todas refinarias-, o atual nível de atendimento da demanda tende a ser mantido, mesmo que a paralisação continue.
A avaliação foi feita ontem à Folha pelo diretor do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), Paulo Motoki.
``O dia D que muitos temem ou esperam não existe. Nunca vamos chegar a este ponto", disse Motoki, quando perguntado sobre a possibilidade de um colapso no abastecimento.
Em outras palavras, Motoki quis dizer o seguinte: pior do que está dificilmente vai ficar. Ainda que irregular, o abastecimento vai ficar perto dos 60% da demanda normal.
O efeito da paralisação, portanto, teria chegado ao seu limite. Isto significa que o governo tem fôlego para enfrentar a greve por tempo indeterminado.
Outro fator considerado dentro do governo é o desgaste dos petroleiros diante do público consumidor. Aposta-se que a continuidade do movimento só aumenta a reprovação popular à greve.
A explicação para a capacidade do governo em manter o abastecimento está nas importações.
Normalmente, o Brasil importa por dia cerca de 500 mil barris de petróleo, seja na forma de óleo cru (para posterior refino) ou já transformado em derivados. O volume corresponde a cerca de 40% do consumo do país.
Com a greve, a Petrobrás passou a importar só derivados, substituindo a parcela de óleo cru por gás de cozinha, diesel e gasolina.

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