São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995
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Secretário de Segurança ameniza declaração

DA SUCURSAL DO RIO

Em reunião no palácio Guanabara (sede do governo), deputados federais e estaduais questionaram o secretário de Segurança do Estado, general Nilton Cerqueira, sobre a ordem dada à polícia para matar criminosos em tiroteios e não socorrer feridos.
Cerqueira foi convocado pelos deputados a depor, no início de junho, em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa. Ele disse que comparecerá.
Aos deputados, Cerqueira afirmou que, em confrontos, o policial deve atirar primeiro ``sempre que necessário". Disse também que criminosos feridos deverão aguardar, ``por questões de segurança", o atendimento médico.
Cerqueira havia dito que os policiais deveriam atirar primeiro em confrontos com criminosos e que estes, quando feridos, não deveriam ser socorridos pela polícia.
Além da conversa com Cerqueira, o grupo de deputados exigiu do governador Marcello Alencar (PSDB) a ``depuração" da polícia.
Alencar recebeu documento com 14 propostas na área de segurança. Os deputados querem a suspensão de policiais suspeitos de praticar crimes e a criação de comissão de juízes e promotores para investigar a polícia.
O documento pede a ida para as ruas de policiais lotados em gabinetes, aumento salarial de 70% para policiais, policiamento comunitário, delegacias reformadas e uma ``política de desarmamento".
Presidente da Comissão de Segurança da Assembléia, o deputado Carlos Minc (PT) anunciou que na quarta-feira deverá ser aprovado em plenário projeto de lei extinguindo a ``lei do bico", que autoriza o policial a ter um segundo emprego.
O relator da comissão, deputado Edmilson Valentim (PC do B), entregou ao governador uma lista com 34 empresas clandestinas de segurança. Segundo ele, muitos policiais são donos ou trabalham nestas firmas ``fantasmas".
Alencar também recebeu os deputados federais Jandira Feghali (PC do B), Sérgio Arouca (PPS) e Vanessa Felipe (PSDB); e os estaduais Tânia Rodrigues (PT), Sérgio Cabral Filho (PSDB), Neirobis Nagae (PT), Roberto Dinamite (PSDB) e Lúcia Souto (PPS).

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