São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995
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Empregadas são mães solteiras

AURELIANO BIANCARELLI
DO ENVIADO ESPECIAL

Cerca de 90% das empregadas domésticas de Porto Trombetas, com filhos ou grávidas, são ou serão mães solteiras. Das 165 que iniciaram o pré-natal em 1994, 150 não eram casadas, não tinham companheiro nem namorado.
O computador do posto médico de Trombetas indica que só em abril 18 delas ficaram grávidas. Quinze eram solteiras que não sabiam -ou não queriam dizer- quem era o pai da criança.
Trata-se de um mais altos índices de mães solteiras do país. As empregadas vêm de cidades vizinhas como Oriximiná, Óbidos e Santarém. Trabalham e dormem nas famílias dos funcionários da mineradora.
``A maioria faz o parto em Trombetas depois retorna à cidade de origem", diz a enfermeira Jacirema dos Santos. ``Deixam o filho com a avó e em seguida voltam em busca de outro trabalho. A maioria fica grávida de novo."
Ano passado, 215 novas empregadas chegaram a Trombetas.
(AB)

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