São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995
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Tropas tomam universidades peruanas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas do governo peruano tomaram ontem controle das duas primeiras universidades consideradas "focos de terrorism"o por lei aprovada anteontem.
Em Lima, a reitoria da Universidade Nacional Maior de San Marcos (UNMSM), a mais antiga da América Latina (fundada em 1551), foi ocupada por um destacamento militar que impediu o acesso ao pessoal administrativo.
Outro destacamento ocupou a Universidade Enrique Guzmán y Valle, conhecida como La Cantuta. O governo designou interventores para as duas universidades.
O reitor da UNMSM, Wilson Reategui, foi deposto anteontem, dando lugar ontem a Manuel Paredes Manrique. Reategui chamou a intervenção de "inconstitucional".
Também ontem o reitor de La Cantuta deixou o cargo para a interventora Doralisa Tovar.
As tropas governistas já estão há três anos dentro das universidades, onde o governo diz haver "infiltração terrorista". Ontem tomaram controle da administração.
O presidente da Federação dos Estudantes do Peru, Gustavo Domínguez, fez um apelo à resistência contra a intervenção.
Juan Bautista, secretário-geral dos professores de La Cantuta anunciou que alunos e professores devem fazer uma manifestação conjunta na próxima terça-feira.
A lei de "reorganização" universitária foi aprovada às pressas na quinta-feira, depois que um carro-bomba explodiu em Miraflores (balneário próximo a Lima), deixando 5 mortos e 15 feridos.
Segundo o governo, as moradias universitárias servem habitualmente de esconderijo para a organização guerrilheira maoísta Sendero Luminoso.
Desde maio de 1980, o Sendero promove uma "guerra popular" contra o governo peruano que já deixou 25 mil mortos.
O governo Fujimori moveu uma operação de combate aos rebeldes que culminou com a prisão de líderes do grupo, entre eles Abimael Guzmán, o principal, que hoje advoga na cadeia que o Sendero se torne um partido político.
Mas, sob comando de Oscar "Feliciano" Ramirez, radicais do Sendero continuam a estratégia de luta armada. Na madrugada de ontem houve uma onda de explosões em agências bancárias de Lima.
Segundo um porta-voz da polícia, houve danos materiais, mas nenhuma vítima. Pelo menos seis explosões foram relatadas à polícia por telefone.
Explosivos foram desarmados por brigadas antiterrorismo. A polícia desencadeou operações de proteção em bancos e repartições.

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