São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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Chega a 55 total de PMs mortos no Rio

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O soldado da Polícia Militar Marcelo Prata de Almeida, 27, morreu na madrugada de ontem com um tiro de fuzil no coração.
O projétil perfurou o colete a prova de balas que Almeida usava. Um tiro de fuzil pode perfurar até mesmo a lataria um carro-forte.
Com a morte de Almeida, sobe para 55 o número de policiais assassinados este ano no Rio.
O soldado participava de uma operação na favela de Vila Vintém, entre os bairros de Realengo e Padre Miguel, na zona norte do Rio. Os militares foram recebidos a tiros por supostos traficantes.
No morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul do Rio), também houve troca de tiros durante uma operação policial ontem à tarde. Rogério Rodrigues de Mello, 19, acusado de ligação com o tráfico de drogas na favela, foi preso.
Nessa operação, os policiais militares foram surpreendidos ao arrombar um barraco em busca de armas, traficantes e drogas. No local, havia um leão de aproximadamente oito meses.
Foram necessários cinco PMs para dominar o leão. Para prendê-lo, os policiais utilizaram uma rede de futebol.
``Ele ficou manso o tempo todo, não reagiu. Acho que é porque não estava com fome", disse um policial que participou da ação.
O animal foi transportado para o comando do 2º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Botafogo, e preso num cativeiro improvisado. O leão foi transferido, cerca de uma hora mais tarde, para o Circo Garcia, na praça Onze (centro).
Bala perdida
O delegado Oswaldo Luiz Cupello, titular da 18ª DP (Delegacia Policial), disse acreditar que a bala que matou o torcedor do Fluminense, Carlos dos Santos Fernandes, 32, sábado no Maracanã, tenha sido disparado de um campo de tiros do Exército.
Cupello chegou a essa conclusão baseado nas informações de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que foram ontem ao estádio fazer a reconstituição da trajetória da bala.
Segundo o delegado, ``é pouco provável" que o tiro que matou Fernandes, que trabalhava como segurança, tenha partido das favelas Tuiuti, Providência ou Pinto, as mais próximas do estádio.
No início das investigações do caso, essas eram as outras hipóteses consideradas pelo delegado.
Segundo a polícia, a bala o atingiu no tórax, de cima para baixo. Perfurou o fígado e o pâncreas do torcedor e alojou-se na virilha.
A bala foi disparada de um fuzil calibre 7.62, que segundo o delegado tem um alcance de mais de quatro mil metros. O estande de tiros do Exército fica na Quinta da Boa Vista, a 1,5 km do Maracanã.
Cupello disse que vai entrar em contato com o Exército para saber se houve treinamento de tiro no estande durante o jogo.

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