São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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Terence Trent D'Arby merece os elogios atrasados por novo álbum

ZECA CAMARGO
EDITOR DA ILUSTRADA

É possível imaginar uma época na vida do pequeno Terence Trent D'Arby quando ele tomou a seguinte resolução: ``Quando eu crescer, eu quero ser Sly Stone".
Com seu novo álbum recém-lançado, o já crescido Terence pode se sentir bem próximo de realizar seu sonho de infância.
Ser como Sly Stone (um dos músicos mais importantes do funk, depois de James Brown) deve ter sido o sonho de vários músicos que, como Terence, tiveram sua adolescência nos anos 70.
Mas só quem persevera -e é dotado de um talento excepcional- chega lá. Prince, por exemplo, já chegou lá. Agora talvez seja a vez de Terence.
Ironicamente estes elogios (e outros da imprensa internacional) chegam um pouco atrasados.
Há uns sete anos, quando ele começou a aparecer, seu autoslogan era algo como ``eu sou melhor que Prince" -isso na época de ``Sign O' the Times", quando Prince ainda se chamava assim, e não aquele símbolo que não significa nada, nem musicalmente.
O tal slogan foi bom para fazer um marketing, mas péssimo para sua credibilidade como músico, que agora tem chance de ser restaurada com ``Vibrator".
``Holding on to You", por exemplo, seria ``a faixa lenta", calculada demais à primeira vista. Mas Terence consegue dar a ela uma sensibilidade que anos de vozes roucas tipo Brian Adams quase conseguiram eliminar.
Se é para ser ``funky", experimente ``C.Y.F.M.L.A.Y.?". Ou, se o clima for lisérgico, a recomendação é ``TTD's Current Dream".
Tem para tudo. E Sly Stone pode ficar até orgulhoso.

CD: Vibrator
Cantor: Terence Trent D'Arby
Gravadora: Sony
Preço médio: R$ 20

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