São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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Clinton pede ao Senado que aprove o Sivam

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, cumprimentou ontem seu colega brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, pela assinatura do contrato para a implantação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Os equipamentos do sistema serão fornecidos por um consórcio de empresas liderado pela norte-americana Raytheon, ao custo de US$ 1,4 bilhão.
Clinton também manifestou sua esperança de que o Senado do Brasil aprove logo o contrato para que ele possa ser executado.
O Sivam, que Clinton classificou como ``projeto-modelo na área ambiental", vai gerar 20 mil empregos novos nos EUA, segundo o governo norte-americano.
Se o Senado brasileiro aprovar o contrato, o sistema estará em funcionamento no ano de 2.002.
O governo dos Estados Unidos, em especial por meio do Departamento de Comércio, teve participação ativa no processo de concorrência pelo contrato do Sivam.
O principal concorrente da Raytheon era um consórcio francês liderado pela empresa Thomson, que participou da implantação de sistemas de controle de tráfego aéreo no Brasil.
FHC telefonou para Clinton na terça-feira para comunicá-lo da assinatura do contrato.
FHC visitou Washington em abril e teve vários encontros com Clinton.
Ao final da viagem, o presidente brasileiro disse à Folha que o assunto Sivam não tinha sido abordado entre ele e Clinton.
Durante a visita de FHC, a assinatura do contrato estava em suspenso devido a acusações de ilegalidades contra a parceira da Raytheon no Brasil, a Esca.
A intenção do presidente brasileiro era assinar o contrato com a Raytheon antes da viagem, numa deferência a Clinton.
Espionagem
No início do ano o jornal ``The New York Times" disse que a agência central de inteligência dos EUA, a CIA, pode ter participado de coleta de informações sobre as atividades dos concorrentes da Raytheon.
Clinton também disse ontem que o projeto Sivam ``sublinha a parceria importante e crescente" entre Estados Unidos e Brasil.
O Exibank dos EUA vai financiar os US$ 1,4 bilhão necessários para a execução do contrato.
O financiamento foi obtido pela própria Raytheon. Uma das pré-condições colocadas pelo governo brasileiro durante o processo de escolha foi que as concorrentes obtivessem financiamento para a implantação do projeto.

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