São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995
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Vendas a prazo começam a perder o fôlego

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

As consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), indicador de vendas a prazo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostram uma desaceleração a partir da segunda quinzena de maio, ou seja, após as compras para o Dia das Mães.
Apesar da desaceleração, as vendas a prazo nas lojas da capital paulista continuam superiores às de 1994, de acordo com os dados da ACSP.
Na primeira quinzena do mês passado, o SPC registrou 406.325 consultas, 39,63% acima das 290.999 registradas no mesmo período de 94.
Na segunda quinzena, o número de consultas foi de 374.907, 22,57% superior às 305.869 dos últimos 15 dias de maio de 94.
O total de consultas de maio deste ano foi de 781.232, 30,89% acima das 596.868 registradas no mesmo mês de 94.
Em comparação com o mês de abril, quando foram registradas 705.907 consultas ao SPC, o crescimento é de 10,67%.
Porém, se a comparação for feita pela média diária de consultas, já que abril teve apenas 23 dias úteis e maio, 26, há uma queda de 2,10% (30.692 em abril, contra 30.047 em maio).
Essa redução foi provocada por uma queda de 12,25% na média diária das contas ao SPC durante a segunda quinzena de maio, que foi de 26.779, contra 30.519 no mesmo período do mês anterior.
Já as consultas ao Telecheque -indicador de vendas à vista- foram de 821.139, 8,74% superior às 755.139 de maio de 94.
Emílio Alfieri, economista da ACSP, pondera que dois fatores em sentidos opostos dificultam a comparação das vendas de maio deste ano e de 94.
Ele lembra que em maio do ano passado houve uma retração geral nas vendas do comércio por causa da morte do piloto Ayrton Senna. Em contrapartida, a Copa do Mundo manteve aquecidas as vendas de televisores.
Nos primeiros três dias úteis de junho, o SPC registrou 86.019 consultas, o que indica um crescimento de apenas 11,87% sobre as 76.890 registradas em idêntico período do ano passado.
As consultas ao Telecheque, por sua vez, caíram 1,08%, de 105.097 nos três primeiros dias de junho de 94 para 103.962 em 95.
Alfieri pondera que os dados de apenas três dias são insuficientes para avaliação da tendência das vendas em junho.
Primeiro porque as empresas começaram a pagar os salários do mês a partir de ontem. Em segundo lugar, as compras de presentes para o Dia dos Namorados deve ocorrer nos próximos dias, principalmente no fim-de-semana.
Mesmo assim, o economista da ACSP destaca que desde o início deste ano os índices de crescimento das vendas a prazo em São Paulo vêm diminuindo, comparados com os mesmos meses de 94.

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