São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995 |
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Hoje é dia de enfrentar o gol nascente
MATINAS SUZUKI JR.
Aos samurais da bola, comandados pelo Kazuo (que entre os italianos é Miura), basta não fazer feio, isto é, não ser massacrado pela seleção em fase de transição do velho lobo do futebol Zagallo. Ao fut dos japs interessa uma coisinha: legitimidade. Eles querem entrar para o Primeiro Mundo do futebol e, por isso, se não experimentarem um fracasso deprimente no verão inglês, estão no azul. Ganham experiência para a aventura gaulesa em 1998, mas, sobretudo, adquirem credibilidade para o pleito de solar a grande ária do futebol do novo século que virá -virá, que eu vi: Japão 2002. Os kamikazes deram um trabalhinho adicional para a esquadra inglesa, que, aliás, não é nenhuma esquadra inglesa, mas corre, corre, corre e faz do corpo a corpo a sua verdadeira alma. No centenário das relações diplomáticas entre Brasil e Japão, o velho lobo do futebol Zagallo entra em campo hoje com uma seleção demi-brazuca, demi-nipônica. Tora, tora, tora. Já que falo, no bom sentido, é claro, no velho lobo do futebol Zagallo, vamos lá-lá, como diria o Lamartine Babo. Ele está com um time transitório, metade da velha guarda de Parreira e metade da vanguarda da mocidade alegre e da mocidade independente do fut-futuro brasileiro (e viva a rapaziada, alguém disse). Como precisa de resultados para a Copa América, o mais seguro, tranquilo, pragmático é tentar o amálgama, a liga, a consistência entre as duas gerações do novo forte futebol brasileiro. Mas, como também já estamos com o pé nesta estrada, nada será como antes amanhã, como escreveu o Dubas Bastos e o Paralamas bateu aquele bolão, com cobertura e tudo, no CD ``Cais". Mas bato, bato, bato bola e não emplaco. A mensagem é: há uma geração histórica jorrando no futebol brasileiro. O sábio Sávio não entra neste barco? Entra. O Ed-Mais Ed-Mundo não embarca nesta barca? Embarca. E, se a canoa não virar, o Romário não chega lá? Chega. E não será preciso uma nau que acredite que navegar é preciso para dar conta de tantos navegantes atrevidos? Será. E o que será, será. O que será? O Juninho não será. O Juninho é. Um gol de dar saudades no Wanderley Luxemburgo: Zinho, Roberto Carlos e o Ed-Mundo pra conferir. Se o país deriva para a direita das privatizações, a direita da seleção não mostra a mesma eficiência. Preocupa a supervia informativa da destra nacional. Temos ali dois bons nomes para as ações em tempo real: Jorginho e Cafu. Mas os dois continuam sem pontaria para o bombardeio na área. Sob este aspecto, os japs foram mais arrojados. Quando não havia munição, lançava-se o piloto mesmo. Banzai. Texto Anterior: Elogiado, Juninho quer aumento Próximo Texto: Deu a lógica Índice |
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