São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995
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Deu a lógica

FÁBIO SORMANI

Orlando Magic e Houston Rockets começam a decidir amanhã quem será o futuro campeão da NBA. Deu a lógica? Claro! Chegaram à final os dois melhores times -como sempre acontece na NBA.
Não tem essa de que tal equipe fez a melhor campanha na fase de classificação e acabou sendo superada por outra nos playoffs. Na liga, só os competentes sobrevivem, ainda mais porque o sistema de disputa (melhor de cinco jogos na primeira rodada dos playoffs e dali em diante melhor de sete) não possibilita equívocos.
Os Rockets são o exemplo mais bem acabado disso. Mostraram que possuem um time experiente e de chegada. Durante a fase de classificação, ajustou sua equipe, entrosou Clyde Drexler e absorveu a perda de Vernon Maxwell -afastado por indisciplina. Quando podia perder, perdeu; quando tinha de ganhar, ganhou.
Num campeonato longo como o da NBA, é preciso se armar com inteligência. Foi o que os Rockets fizeram. O Magic é a outra face dessa mesma moeda.
Com um time harmonioso, soube dosar energias durante a competição. Como os Rockets, perdeu quando podia e, quando não podia mais, venceu. Ajustou Horace Grant à equipe -que se mostrou ser o complemento ideal ao jogo de Shaquille O'Neal-, mudou Anfernee Hardaway de posição (de ala-armador passou a armador) e, no final, colheu os frutos na época exata.
Essa final faz supor um novo duelo de gigantes, como aconteceu na decisão passada, entre o próprio Houston, de Olajuwon, e o New York Knicks, de Pat Ewing. Agora, teremos o mesmo Hakeem, mas diante de Shaq.
A final, todavia, não vai se resumir apenas a esse duelo. Pode ser que boa parte dele seja travado dentro do garrafão, mas, ao contrário da disputa anterior, nesta não caberá a apenas um time o dever de dar espetáculo.
O Houston, em 94, dava show; o New York, você se lembra, distribuía porrada -não por opção, mas por vocação.
Agora, os Knicks foram substituídos pelo Magic, que traz o brilho de Hardaway, que deverá travar um duelo e tanto com Drexler.
Hakeem continuará em quadra, felizmente, mostrando como um pivô deve se movimentar, com elegância e sem agressividade, fazendo cestas e não distribuindo pancadas. Shaq terá um bruta desafio pela frente.
Vamos ver o que vai acontecer...

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