São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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Comerciante aguarda cirurgia há 3 anos

Doença provoca aumento do coração

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O comerciante José Máximo Chaves, 48, espera há três anos e meio por um transplante de coração. Ele sofre de uma cardiopatia crônica que provoca aumento do coração.
Ele é de Barra do Garças (MT), mas há sete meses está morando em São Paulo -longe de todas as suas atividades-, para facilitar o transplante quando o doador aparecer. No último dia 21 de maio, ele foi avisado pela Central de Notificação de Transplantes de Órgãos de que havia aparecido um doador.
``Fui informado de que deveria ir imediatamente para o Instituto do Coração para fazer o transplante. Fui até lá, mas houve problemas com o doador e a operação não foi possível", conta o comerciante.
Chaves diz que sua doença não tem cura com medicamentos. A única esperança é o transplante. Apesar disso, ele toma 16 comprimidos por dia para atenuar os problemas. Chaves tem três pontes de safena no coração.
Os principais sintomas do comerciante são cansaço, falta de ar e tontura. ``Como tomo muitos remédios, a pressão baixa e eu vivo no hospital para controlar", diz.
Chaves afirma que sua doença foi causada pelo cigarro. Ele começou a fumar aos 18 anos.
``Eu fumava um maço de cigarros por dia e isso acabou com o meu coração. Faço um apelo aos fumantes: deixem de fumar. Não quero que ninguém passe pelo mesmo sofrimento que eu."
O comerciante se disse contente com o projeto de lei aprovado pela Câmara que prevê a retirada dos órgãos das pessoas que morrerem e não estiverem inscritas em um cadastro de não-doadores.
``Torço para que o prefeito sancione a lei", diz. Enquanto isso, ele espera novo chamado da central de transplantes. Chaves tem um bip, fornecido pela central, que possibilitará que ele seja avisado, onde quer que esteja, do surgimento de um doador compatível.

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