São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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Secretário de Comércio Exterior é demitido

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com apenas cinco dias no cargo, o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, José Tavares de Araújo Jr., foi demitido ontem pelo Palácio do Planalto.
A demissão de Tavares aprofundou a crise envolvendo integrantes do primeiro escalão do governo por causa das mudanças na política de comércio exterior, deflagrada com o vazamento da informação sobre a adoção de cotas para importação de automóveis.
Em sua primeira entrevista, publicada ontem pela Folha, Tavares disse que, nesta fase do Plano Real, ``abrir ainda mais a economia só atrapalha o programa de estabilização". A afirmação foi feita para explicar a adoção de cotas de importação para automóveis.
Tavares foi demitido ontem, por volta das 11h, pelo ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, a quem ele é subordinado.
A assessoria de imprensa do ministro José Serra (Planejamento) informou ontem que a exoneração foi feita a pedido de Serra e de Clóvis Carvalho.
Em sua entrevista, Tavares disse que foi indicado para o cargo por Serra. Ele disse também na entrevista que ``até o ministro Serra vive falando mal do Mercosul".
Ontem, o assessor de imprensa do Ministério do Planejamento, Inácio Muzzi, negou que Serra tenha sido o responsável pela indicação de Tavares. Muzzi disse que Serra e o ministro Pedro Malan (Fazenda) apoiaram a indicação do nome de Tavares, feita por Sérgio Amaral, porta-voz da Presidência da República.
Amaral divulgou nota oficial sobre o episódio (ver texto ao lado). O Itamaraty também desautorizou as declarações de Tavares.
Procurado ontem pela Folha, Tavares não quis fazer nenhum comentário sobre sua demissão.
Ele se limitou a dizer que está retornando neste final de semana para Washington (EUA), de onde veio na semana passada para assumir o cargo.

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