São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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Inflação cai pela metade no México

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

A inflação do mês de maio no México foi de 4,18%, praticamente a metade da taxa de abril, 8%, que havia sido a maior taxa mensal dos últimos sete anos.
O índice, porém, é oito vezes maior que o de maio de 94 (0,5%).
A taxa acumulada nos primeiros cinco meses de 95 já é de 28,8%, quatro vezes maior que a taxa dos 12 meses do ano passado (7%).
``A queda já era esperada", disse Guillermo Ortiz, ministro da Fazenda, em função da política monetária restritiva do Banco Central e do período recessivo que atravessa o país.
Ortiz prevê uma queda de no PIB mexicano durante o segundo trimestre e uma taxa média mensal de 2% para a inflação entre julho e dezembro.
O economista Angel Dominguez, presidente honorário da Câmara de Comércio México-Brasil, disse à Folha que não acredita em uma queda tão brusca.
``Esses dados são manipulados, pois o governo utiliza um mix de produtos que não é representativo da maioria da sociedade", afirmou. Ele calcula que a taxa de maio tenha sido de 6%.
Para Dominguez, a previsão de 2% ao mês durante o segundo semestre é ``demasiado otimista".
``Sem dúvida, a tendência da inflação é baixar; porém, se o dólar continuar subindo e a Bolsa caindo, não teremos uma taxa de juros que permita inflação mensal de 2%", disse ele.
Segundo dados do Banco do México, pela primeira vez no ano, a alta mensal dos produtos que compõem a cesta básica (3,6%) foi menor que a inflação.
Os setores que registraram maior alta de preços em maio foram móveis e utilidades domésticas (6,2%), medicamentos (5,8%) e alimentos e bebidas (5,7%).
O Banco do México informou também que, nos primeiros três meses de 95, saíram do país US$ 7,5 bilhões considerados como investimentos estrangeiros.
Mesmo assim, a conta de capitais externos da balança de pagamentos obteve saldo positivo de US$ 2,5 bilhões.

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