São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995 |
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Escritor fez de tudo na vida
JOSÉ GERALDO COUTO
``Malraux", de Curtis Cate, é um prodígio de minúcia, poder de síntese e capacidade narrativa. Em seus 75 anos de vida, Malraux fez literalmente de tudo. Aos 22 anos, foi ao Camboja (então Indochina francesa). Roubou umas tantas relíquias arqueológicas, foi preso, tornou-se um inflamado jornalista anticolonialista. Em 1927, esteve em Cantão e Xangai, na China, onde presenciou o levante comunista que inspiraria seu principal romance, ``A Condição Humana" (1933). Nos anos 30, depois de uma mirabolante expedição à Arábia num teco-teco, em busca da mitológica cidade da rainha de Sabá, militou contra o nazismo e lutou ao lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola (tema de seu romance ``A Esperança", de 1937). Na Segunda Guerra, chegou a coronel do exército francês. Foi ferido, preso e libertado por um comando guerrilheiro. Juntou-se ao nacionalista Charles De Gaulle em seu governo provisório (1945-46). Voltou ao poder em 59 com De Gaulle, de quem foi ministro da Cultura até 69, o que lhe valeu ataques da esquerda. Aos 70 anos, ainda planejava ir à Índia lutar na guerra pela independência de Bangladesh. (JGC) Texto Anterior: Americano expõe todas as faces de Malraux Próximo Texto: Discussão pode ser ato de amor Índice |
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