São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995
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País se acostuma ao embargo

ANDRÉ FONTENELLE
DO ENVIADO ESPECIAL A BELGRADO

"Em seis meses, o embargo paralisará totalmente a economia", previa em 1992 Tomislar Popovic, diretor do Instituto Econômico de Belgrado. Três anos depois, o que resta da Iugoslávia continua funcionando.
O país aprendeu a contornar o embargo. A principal solução é o contrabando através dos vizinhos a leste -Hungria, Bulgária, Romênia (veja texto nesta página).
Esse contrabando deu origem a uma máfia, que controla as melhores lojas de produtos importados e tem um padrão de vida muito acima da média da população sérvia.
Em algumas lojas do centro de Belgrado, acha-se um par de tênis Reebok por 325 dinares (cerca de US$ 115), aproximadamente o salário médio de um iugoslavo.
O marco divide com o dinar a vida cotidiana dos iugoslavos. A moeda alemã é cotada informalmente a dois dinares, embora o câmbio oficial seja de um para um.
Os bares da capital vivem lotados, apesar das sanções econômicas, como no Plato Bar.
Os vendedores de cigarros importados nas ruas, porém, lembram que o embargo não acabou.
O embargo contra a Sérvia e Montenegro foi imposto em maio de 1992 pela ONU, em razão do apoio da atual Iugoslávia aos separatistas sérvios na Bósnia.
(AFt)

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