São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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CUT quer 'operação tartaruga'

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, sugeriu ontem aos petroleiros a realização de uma ``operação tartaruga" como alternativa à greve caso não se consiga avançar as negociações com a Petrobrás.
A ``operação tartaruga" é uma forma de protesto tradicional no movimento sindical. Ela significa lentidão planejada no trabalho com objetivo de reduzir produção.
``Essa tática de luta evitaria o colapso no abastecimento de combustível e demonstraria, por parte dos petroleiros, uma preocupação grande com a população", disse Vicentinho, reafirmando que uma decisão final cabe aos petroleiros.
``A CUT vai apoiá-los em qualquer decisão que eles tomem."
Vicentinho afirmou que a CUT fará uma denúncia junto à Organização Internacional do Trabalho por quebra de acordo assinado e está avaliando a possibilidade de abrir um processar o governo federal pela mesma razão.
Para o presidente da CUT, o governo, com a ajuda de ``seu aliado", o Tribunal Superior do Trabalho, está agindo como ``os militares" ao tentar penhorar bens e ao bloquear as contas dos sindicatos de petroleiros para que eles paguem a multa de R$ 2,1 milhões determinada pela Justiça.
``O governo tenta burlar a proibição da Constituição de intervenção federal nos sindicatos ao tentar, na prática, inviabilizá-los economicamente", afirmou.
O presidente da CUT disse que vai pedir à Ciols, central internacional social-democrata à qual a CUT é filiada, que ajude financeiramente os petroleiros.
O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, disse que a sugestão de Vicentinho é bem vinda e será discutida na próxima plenária da categoria, em data e local ainda não definidos.
Spis afirmou que as assembléias de petroleiros ontem aprovaram que a CUT deve se colocar ``integralmente à disposição da categoria para implodir a estratégia do governo" que, segundo ele, está fazendo ``um crime contra toda a organização do trabalho".

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