São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995 |
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Petrobrás não vai rever demissões, diz Brito
DAS SUCURSAIS O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) disse ontem que ``não há a menor hipótese de uma nova greve dos petroleiros mudar a decisão do governo" com relação às demissões de grevistas.Conforme o ministro, a Petrobrás não vai rever nenhuma outra demissão além das 33 já acertadas com o comando de negociação dos petroleiros. Durante a greve -que durou 30 dias e foi a maior paralisação de petroleiros em todo o mundo- a Petrobrás demitiu 104 grevistas, segundo o governo. ``As demissões que podiam ser revistas já foram feitas. As 71 que restam não vão entrar na pauta de negociações", disse o ministro. Ele falou à Folha por meio de sua assessoria de imprensa. Raimundo Brito disse que o governo agirá ``com equilíbrio e firmeza" caso os petroleiros retomem a greve. O ministro afirmou não acreditar na possibilidade de uma nova paralisação, já que ``a Petrobrás está cumprindo o acordo, negociando com os petroleiros". ``O governo, a Petrobrás e a sociedade esperam que a greve não se repita", acrescentou. Segundo ele, a situação da distribuição de combustíveis e seus derivados já está dentro do normal e os problemas existem apenas em uma ou outra área isolada. Brito responsabilizou o comando dos petroleiros pela interrupção das negociações. Conforme o ministro, os líderes da categoria é que decidiram abandonar as conversas com a Petrobrás na última reunião, alegando que só voltariam a se reunir se todas as demissões fossem revistas. Brito afirmou que, apesar da atitude do comando de negociação, a Petrobrás está autorizada a manter a proposta que havia apresentado em relação ao desconto dos dias parados e à possibilidade de adiantar pagamento de salários. Segundo os petroleiros, 171 trabalhadores da Petrobrás foram demitidos por causa da greve -e não 104, como afirma o governo. Ontem, o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, afirmou que o presidente Fernando Henrique Cardoso tem conhecimento e está sendo informado das decisões dos petroleiros de algumas refinarias, que ontem votaram pela retomada do estado de greve. ``Mas esse é um assunto da Petrobrás e de seus funcionários", disse Sérgio Amaral. Ontem, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Antônio Carlos Spis, disse que a Petrobrás não negociou nenhum dos itens propostos pela categoria, como a revisão das demissões. A FUP alega que os 33 trabalhadores que teriam sido readmitidos nunca foram demitidos. Nota A Petrobrás divulgou ontem uma nota afirmando que, além dos 71 funcionários demitidos por atuação na greve dos petroleiros, outros 27 foram dispensados por ``ação gerencial da companhia". Os 27 funcionários haviam sido reincorporados à Petrobrás após suas empresas de origem, as subsidiárias Interbrás e Petromisa, serem extintas pelo governo em 92. ``Essas dispensas", informa a nota, em nada se assemelham às ``demissões, por justa causa, motivadas pela greve". Texto Anterior: Carros são responsáveis por déficit com Argentina Próximo Texto: Petrobrás terá auditoria do TCU Índice |
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