São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Façam suas apostas

CARLOS SARLI

Foram necessários dez anos desde a formação do Circuito Mundial de Surfe, em 76, para que um norte-americano se tornasse campeão mundial no esporte.
Em 85, o californiano Tom Curren foi o melhor do mundo, fato que se repetiria no ano seguinte, e mais uma vez, após uma pausa de dois anos, quebrando definitivamente a hegemonia australiana.
Em 92, o norte-americano Kelly Slater, então com 20 anos, se tornou o mais jovem campeão mundial de surfe.
Em 93, foi a vez de seu ``conterrâneo" havaiano Derek Ho manter o título em mãos norte-americanas.
No ano passado, Slater voltou para as cabeças e não só faturou a principal disputa mundial, o WCT, como, de quebra, levou o título da segunda divisão, o World Qualifying Series.
Os norte-americanos ficaram também com os outros dois títulos em disputa no Circuito da ASP.
No longboard, com Rusty Keualana, e no feminino, com Lisa Andersen.
Estaríamos diante de um novo período de hegemonia no Circuito, desta vez dos norte-americanos?
Com três etapas disputadas em 95 e a importante vitória de Slater no ``Quiksilver Pro", na semana passada, em G-land, conquista que lhe deu a liderança no ranking, dá para acreditar que sim.
Mesmo porque outros seis lugares entre os dez primeiros também pertencem a nascidos na terra de Clinton.
Mas é muito cedo para apostar.
Somente um quarto do Circuito rolou até o momento. Os australianos, assim como os brasileiros, ainda têm muito para mostrar.
A próxima etapa será nas Ilhas Reunião, África. Lá, no ano passado, Jojó de Olivença terminou em segundo, perdendo a final para Sunny Garcia, derrota que vingou em G-land.
Em seguida, após o US Open, vem a perna européia, a mais forte do Tour, com três etapas, das quais, em 94, vencemos duas, com Teco Padaratz e Ricardo Tatuí.
Estamos com 5 atletas entre os 28 melhores classificados, que garantem a continuidade na primeira divisão no ano que vem. Na divisão de acesso, nenhum brasileiro está entre os 16 que se classificam para a divisão principal.
Pode ser cedo para ficar fazendo esse tipo de especulação, mas, se pretendemos realmente ser uma potência no surfe mundial, é bom ficar ligado. Aposto que os norte-americanos estão.

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