São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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Menem tenta evitar que o Brasil crie novas restrições

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente argentino, Carlos Menem, pretende obter do presidente Fernando Henrique Cardoso a garantia de que o governo brasileiro não imporá barreiras à importação de outros produtos argentinos, como eletrodomésticos.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Guido Di Tella, disse ontem que o seu país discutirá na mesa de negociações proposta em estudo pelo governo brasileiro de restringir as importações de eletrodomésticos da Zona Franca da Terra do Fogo.
Di Tella também observou que Menem mostrará a FHC a apreensão do governo argentino de que limitações à exportação de automóveis argentinos afetem a programação das montadoras de investir US$ 7,5 bilhões no país nos próximos cinco anos.
A Adefa (Associação de Fábricas de Veículos Automotores) e o próprio governo argentino temem eventuais subsídios e incentivos que o Brasil possa oferecer para que montadoras se instalem no país.
O presidente da UIA (União Industrial Argentina), Jorge Blanco Villegas, chefiará a delegação de empresários argentinos. Para ele, o futuro do Mercosul ``está em jogo".
Antes do encontro reservado dos dois presidentes, na tarde de segunda-feira, em São Paulo, o ministro da Economia reúne-se hoje com os colegas brasileiros Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento).
Segundo a Folha apurou, o diálogo entre os três não será fácil. A assessoria de Cavallo atribui a Serra a idéia de impor cotas às importações como mecanismo de proteção à indústria paulista.
Cavallo chegou, inclusive, a defender que o presidente Menem não comparecesse à reunião, onde estarão presentes empresários da União Européia.
Foi preciso a intervenção do chanceler Guido Di Tella para convencer Menem da necessidade de reunir-se com FHC.
Numa operação conjunta com o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Marcos Azambuja, Di Tella utilizou o argumento de que a ausência de Menem afetaria a credibilidade do Mercosul os europeus.

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sobre cotas nas págs. 1-10 e 1-11

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