São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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Mulher cansa de esperar e ataca primeiro

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Beijos roubados, garrafas de champanhe, recados mal-intencionados na secretária eletrônica e ramalhetes de orquídeas são táticas usadas pelas mulheres que não esperam convites quando se sentem atraídas por um homem.
A publicitária Márcia Julião, 29, conta que foi ela quem tomou a iniciativa para iniciar três dos quatro relacionamentos ``duradouros" que teve nos últimos dois anos.
``O iniciado por ele foi um fracasso", recorda. ``Não consegui manter a pose de mulher frágil e insegura, acabei botando os pés pelas mãos e perdendo o cara."
Atualmente, ela está pintando o apartamento onde deve morar com seu ``melhor troféu", o também publicitário Ricardo Andrade, 33.
Conquistar Andrade não foi tarefa fácil. ``Tentei a tática do porre, mas ele acabou dormindo no sofá de casa antes das preliminares. Ficou ofendido com as orquídeas. Mas acabou cendendo quando eu roubei um beijo no carro", afirma.
Tinta azul
A decoradora Ruth Guerra, 30, também diz ter padecido para prender o engenheiro Ricardo Rinaldi, 31, nas quatro paredes de seu quarto amarelo.
``Ele namorava firme quando nos encontramos na casa de um cliente em comum. Ricardo ia assumir o final da obra e eu cuidar da decoração assim que a casa estivesse pronta. Fiquei afim dele logo que nos encontramos e passei três meses arquitetando um plano para pegá-lo", afirma.
Um pouco de sorte -o namoro de Rinaldi acabou- e uma lata de tinta azul derramada ``acidentalmente" na camisa branca do engenheiro levaram o casal ao apartamento de Ruth.
``Ainda lembro com prazer do primeiro beijo roubado em frente à máquina de lavar." Foi Ruth também quem convidou Rinaldi para o primeiro jantar, propôs a primeira viagem a dois e pediu a mão do engenheiro em casamento.
``Não gostava de mulheres atiradas até conhecer a Ruth, mas acabei virando fã. É divertido trocar os papéis, sentir-se desejado e receber convites inesperados", afirma Rinaldi.
O professor de educação física Roberto Guimarães, 29, é outro que se diz encantado com as mulheres que partem para o ataque. Três de suas últimas namoradas fizeram o convite para o primeiro encontro.
``Sempre tive medo de ouvir não. Por isso, adoro ser agarrado", afirma. ``Só fico meio assustado e tento parar as que extrapolam na ousadia e confundem bares com camas."
Aprendizado
O medo de um fora não segura a relações-públicas Isabel Liandres, 38, quando ela se interessa por alguém. ``Os foras fazem parte do aprendizado da conquista", diz. ``Depois do primeiro é mais fácil evitá-los."
Isabel conta que levou o primeiro fora na segunda vez que resolveu tomar a iniciativa em uma conquista.
``Tinha conseguido um bom resultado com o primeiro e pensei que todos estavam no papo", diz. ``Achei um garoto interessante e mandei uma taça de champanhe, com um torpedo irreverente. O copo voltou com um `prefiro a caça à caçada' no verso do papel que mandei."
Hoje, Isabel se considera uma especialista. Ramalhetes de orquídeas e mensagens atrevidas em secretárias eletrônicas são as manobras infalíveis para os casos mais complicados, segundo ela.
``É preciso tomar cuidado com endereços trocados e com o horário certo de deixar as mensagens nas secretárias eletrônicas", explica. ``Nunca deixe a mensagem para ele pegar à noite. Não esqueça que você não é a única e que ele pode ter chegado acompanhado em casa."

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