São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 1995
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Presidente da VW critica mudança nas regras

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A mudança constante nas regras do jogo no setor automotivo brasileiro é ``altamente irritante", porque traz a ameaça da volta ao protecionismo.
A declaração é de Ferdinand Piëch, presidente do Conselho de Administração da Volkswagen, da Alemanha, que está participando da cúpula econômica do Mercosul.
Ele estava se referindo à ``falta de continuidade" na política de comércio exterior para veículos, com alterações nas alíquotas de importação e, agora, a introdução de cotas de importação.
Piëch disse que a Volkswagen tem o plano ``ambicioso" de ser a líder absoluta de seu setor no Brasil e no Mercosul.
``Precisamos para isso de estabilidade econômica na região, mercado livre, taxas de juros mais baixas, melhorias na infra-estrutura e nas telecomunicações".
Criticando as cotas de importação de veículos no Brasil, Pi‰ch disse que um país que quer ser grande exportador não pode adotar diretrizes protecionistas.
``A competição, dura mas justa, no mercado mundial é o único caminho para uma economia que quer ser eficiente e sobreviver no próximo século", disse.
Piëch disse que a Volkswagen planeja investir US$ 2 bilhões nos próximos cinco anos para produzir 3 milhões de veículos no Mercosul até o ano 2000. Ele afirmou que o Brasil e a China são os principais alvos da estratégia da empresa.
``Estamos nos preparando para ocupar posições importantes nesses dois mercados. No Brasil já há poder de compra de grande parte da população e a China será no próximo século uma das regiões mais ricas do mundo", afirmou.
Roberto Teixeira da Costa, presidente do Ceal (Conselho de Empresários da América Latina), presente à abertura da cúpula do Mercosul, disse que o anúncio das cotas de importação para veículos criou ``dúvida e perplexidade" junto a investidores estrangeiros.

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