São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995
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Eletrodoméstico terá revisão

DA REPORTAGEM LOCAL

As diferenças comerciais entre Brasil e Argentina não se limitam às restrições às exportações de veículos argentinos ao Brasil. O governo brasileiro também está preocupado com a ``assimetria" existente em outras áreas, como a de eletrodomésticos e calçados.
A ministra da Indústria, Comercio e Turismo, Dorothéa Werneck, disse ontem em entrevista após participar de seminário no Fórum Mundial, que é preciso rever também o intercâmbio de eletrodomésticos entre os dois países.
Ela citou o exemplo das diferenças de tratamento entre os produtos da Zona Franca de Manaus (brasileira) e da Zona Franca da Terra do Fogo (argentina). ``Os produtos produzidos em Manaus pagam a Tarifa Externa Comum (entre 18% e 30%) para entrar na Argentina, mas os produtos da Terra do Fogo entram no Brasil sem pagamento de impostos".
Segundo Dorothéa, ``essa assimetria precisa ser revista". Outro exemplo dado pela ministra: os calçados brasileiros pagam 27% de impostos na Argentina e os calçados argentinos não pagam impostos ao entrar no Brasil.
Sobre a adoção do sistema de cotas para a importação de carros, Dorothéa voltou a afirmar que um acordo específico terá que ser negociado entre Brasil e Argentina para equilibrar o comércio entre os dois pAíses. ``Esta definição não deve ocorrer imediatamente, vamos estabelecer um cronograma de discussões."
Dorothéa disse que a medida provisória ``não fere o acordo de Ouro Preto ". Segundo ela, a partir de 1º de junho alterações poderiam ser feitas, desde que ``incrementassem o comércio".
Para Dorothéa, o modelo automotivo que deve vigorar no país a partir de 96, que prevê do Imposto de Importação para bens de capital e incentivos às exportações, vai provocar maior fluxo de comércio entre os dois países.
Dorothéa disse que o Brasil não pode ser acusado de fechar a sua economia. ``Este ano vamos importar o equivalente a 20% da produção nacional, mais que os EUA (11%) e o Japão (8%) importam."

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