São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995
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Deputados resistem à desindexação total já

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta do governo de livre negociação dos salários a partir de julho já enfrenta a oposição da comissão de Trabalho da Câmara. Seus integrantes só admitem a livre negociação quando a inflação anual ficar abaixo dos 10%.
``É consensual entre os deputados a defesa de uma regra de transição para os salários", afirmou o presidente da Comissão, deputado Wigberto Tartuce (PP-DF), empresário e integrante da base parlamentar de apoio ao governo.
``Não somos contra o princípio da livre negociação, mas não consideramos o momento oportuno", explicou o deputado Paulo Paim (PT-RS), presidente da subcomissão de salários.
A Comissão do Trabalho começa a discutir hoje uma fórmula alternativa para a correção dos salários no segundo ano do Real.
Está marcada para o início da tarde uma reunião com representantes das centrais sindicais e confederações de trabalhadores.
Até o final desta semana, a comissão também pretende discutir com empresários e representantes do governo.
``Não queremos manter os salários simplesmente indexados, mas não sabemos ainda o que fazer", disse Tartuce.
O deputado Paulo Paim sugeriu à comissão o repasse aos salários de uma inflação prefixada em um prazo acertado entre patrões e empregados. Outra alternativa é o reajuste automático dos salários quando a inflação atingir 10%.
Tartuce admite até apoiar a livre negociação imediata, desde que o governo admita mudar a política salarial se a inflação crescer.
A estratégia do governo para barrar a iniciativa da Comissão do Trabalho deverá ser definida ainda hoje no Palácio do Planalto, informou o líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS). Para ele, a Comissão de Trabalho tenta ``atropelar a livre negociação salarial".

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