São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995
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Tomada de reféns foi surpresa, diz canadense

ROGÉRIO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A ZAGREB (CROÁCIA)

O observador canadense Patrick Rechner, um dos 26 militares da ONU libertados no domingo, disse ontem que ficou surpreso com a decisão dos sérvios de tomar observadores como reféns.
Segundo Rechner, que foi mostrado algemado a um poste durante seu cativeiro, os membros da sua equipe não entendiam por que haviam sido detidos pelos sérvios.
"Como observadores militares, nós trabalhávamos muito próximos a eles e ficamos surpresos quando eles nos tomaram", disse.
Patrick Rechner foi o único refém libertado a dar entrevistas depois que o grupo chegou ontem a Zagreb (Croácia), vindo da Sérvia.
O capitão brasileiro Harley Alves evitou falar com os jornalistas. "Já estou em casa, muito obrigado", afirmou rapidamente.
Alves foi recebido pelo general brasileiro Newton Bonumá dos Santos, chefe dos observadores militares, que lhe deu um abraço.
Antes de entrar no hospital militar montado no aeroporto, o capitão ainda sinalizou com a cabeça, respondendo que estava bem fisicamente e que poderá fazer uma visita em breve ao Brasil.
Já na base das Nações Unidas em Zagreb, para onde Alves foi levado, Bonumá disse que a libertação dos reféns aconteceria mais cedo ou mais tarde.
"Estou muito feliz. Era questão de tempo", afirmou. Bonumá elogiou o preparo de Alves, o que, segundo ele, ajudou o capitão a enfrentar os 23 dias de cativeiro. "O Harley tem curso de guerra na selva e de pára-quedismo".

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