São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995 |
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Preço de autopeça varia até 513%
ROSANGELA DE MOURA
A maior variação encontrada foi a do espelho externo esquerdo do Escort Hobby 93, fabricado pela Metagal. Na Autopeças Sorocaba, a peça foi encontrada por R$ 21, enquanto na revenda Santo Amaro (Ford), era vendida por R$ 128,93. A diferença exorbitante no preço dos componentes também ocorre entre as próprias concessionárias e lojas de autopeças. É o que acontece com o jogo de pastilhas para o freio. Para um ```popular" Corsa Wind (GM), o conjunto estava custando R$ 25,00 na revenda autorizada Itororó, enquanto na Pompéia era vendida por R$ 75,22 -diferença superior a 200%. O jogo de pastilhas de freio para outro ``popular", o Mille Electronic (Fiat), também apresenta variação de preço acentuada. Custava R$ 15,80 na loja Super Dom e R$ 55,38 na revenda autorizada Fiat Metropolitana. A variação chega a 250%. Outro item que apresentou grande variação foi a correia dentada para o Gol 1.000 (VW). Na revenda autorizada Sorana, a peça custava R$ 6,09. Em outra concessionária da marca, a Primo Rossi, foi encontrada por R$ 22,00: 261% a mais. Marco Antonio Toledo, 34, proprietário da Autopeças Sorocaba, afirma que faz uma ampla pesquisa antes da compra. ``Desde que a peça seja original, não importa o local onde foi comprada", afirma. Ele comenta que, muitas vezes, a fábrica aumenta seus preços e o atacadista mantém os valores antigos por um período. Segundo Toledo, ultimamente a loja está adiando a compra de autopeças, na tentativa de pressionar o fabricante a baixar preços. ``Assim, eu consigo vender mais barato e em maior quantidade", diz Toledo. Para Sergio Albano, 66, secretário-geral do Sincopeças (sindicato estadual dos comerciantes varejistas de autopeças), a diferença de preços entre as lojas pode depender do potencial de compra de cada uma. Albano diz que lojas como Koga Koga e Voli compram grandes quantidades de componentes diretamente do fabricante para vendê-los com menores margens de lucro e maior rapidez. ``Nas lojas pequenas, o estoque de mercadorias demora mais para girar", avalia Albano. ``Os lojistas, muitas vezes, são obrigados a comprar componentes do atacadista, que já colocou no preço sua margem de lucro", diz. Nelson Higino, 43, vice-presidente do Sindipeças (sindicato nacional dos fabricantes de autopeças) diz que, quando as peças são originais, os preços deveriam ser parecidos. ``É possível que as margens de lucro da montadora e das concessionárias sejam maiores, mas a diferença verificada nos preços não se justifica." Higino esclarece que a margem de lucro do fabricante depende do tipo de produto que fabrica. Peças de alto giro -como pastilhas de freio para modelos Uno ou Gol- têm margens de lucro menores. Já para os itens de baixo giro, como lanterna para o Omega, as margens de lucro são maiores. Texto Anterior: Mecânicos de SP importam tecnologia Próximo Texto: Componentes terão selo de qualidade Índice |
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