São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Tumultos na Argentina deixam 30 feridos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Distúrbios de rua, ocorridos ontem pelo segundo dia consecutivo, deixaram pelo menos 30 pessoas feridas na Província de Córdoba, no noroeste da Argentina.
Os manifestantes protestavam contra os baixos salários e a recessão que vem atingindo a Província nos últimos meses.
Praticamente todo o serviço público de Córdoba continua paralisado, de acordo com o governo da Província, por causa da greve geral dos funcionários públicos.
A situação de Córdoba levou o presidente Carlos Menem a convocar ontem uma reunião ministerial da qual participaram os ministros da Economia Domingo Cavallo, do Interior, Carlos Corach e o Secretário de Segurança, Andrés Antonietti.
Segundo o governo argentino, a situação da Província é ``preocupante e merece atenção".
Nos últimos meses, a recessão atingiu os setores automobilístico, metalúrgico e de construção civil em Córdoba, levando a demissão de 16 mil trabalhadores.
A situação se agravou anteontem, quando a Província de Córdoba divulgou a decisão de pagar cerca de US$ 400 milhões em salários atrasados do funcionalismo público, aposentados e fornecedores com títulos públicos.
A Província quer pagar salários de maio, junho e metade do 13º em bônus.
Ontem, cerca de 200 pessoas tomaram de assalto a sede do partido do governador de Córdoba, Eduardo Angeloz.
Os manifestantes atiraram coquetéis molotov na sede do partido e foram dispersados pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo.
No começo da tarde de ontem, cerca de 5.000 pessoas fizeram manifestação em frente a sede do governo, onde Angeloz estava reunido com dirigentes do partido. Grupos de manifestantes depredaram vitrines de lojas e tentaram invadir alguns bancos na região central da cidade.
As manifestações começaram anteontem, quando cerca de mil policiais cercaram a Assembléia para evitar que mais de 2.000 pessoas invadissem a sede dos partidos e e também impedissem a entrada de deputados.
Segundo o ministro do governo de Córdoba, Eduardo Capdevilla, a situação da Província é preocupante e aponta para a ``futura crise que todo o país está prestes a enfrentar".

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