São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995 |
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Malan vence debate sobre correção salarial
GUSTAVO PATÚ
A MP, que deverá ser editada na próxima quarta ou quinta-feira para diminuir o peso da correção monetária na economia, se pautará pelo gradualismo -o maior avanço fica para os salários- e pela determinação de elevar os níveis de poupança do país. Isso significa: 1) salários sem correção obrigatória, mas negociados anualmente com intermediação do governo; 2) aluguéis ainda indexados, com o argumento de proteger inquilinos da livre negociação; e 3) poupança e aplicações financeiras mantidas como investimentos atraentes. Também quer dizer que o processo de desindexação da economia não se esgota agora. Será complementado mais à frente, se forem obtidos o equilíbrio das contas públicas. José Serra, como o ex-presidente do Banco Central, Pérsio Arida, defende uma desindexação radical já em julho -como uma cartada decisiva para derrubar a inflação. Contra esta posição pesaram argumentos políticos e técnicos, da dificuldade em aprovar no Congresso o fim da regra para salários ao risco de maior consumo se caísse o rendimento da poupança. As mudanças no sistema financeiro terão um exame final na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) na quarta-feira. O CMN é integrado por Malan, pelo presidente do BC, Gustavo Loyola, e por Serra. Os dois primeiros são partidários do gradualismo e da manutenção da rentabilidade da poupança. No mesmo dia devem sair as resoluções do CMN para as novas aplicações financeiras de longo prazo e a MP da desindexação. Há uma possibilidade, porém, da MP ficar para o dia seguinte. A MP deverá estabelecer que os salários sejam negociados nas datas-base. O Ministério do Trabalho intermediará as negociações com categorias menos organizadas. O governo deve aceitar o repasse na próxima data-base do IPC-r acumulado da última data-base de cada categoria até junho. Texto Anterior: Advogado defende pena alternativa Próximo Texto: VEJA O QUE MUDA COM A DESINDEXAÇÃO Índice |
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