São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Estado vai privatizar venda de semente

JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo quer transferir para a iniciativa privada a produção e a comercialização de sementes de algodão.
A consequência mais drástica da medida será o fim do monopólio atual do Estado na pesquisa, produção e venda das sementes da cultura.
``O monopólio acomoda a secretaria, que não tem um parâmetro de comparação dos custos de produção de sementes no mercado", diz Antonio Cabrera, secretário da Agricultura de SP.
Cabrera diz que a concorrência entre as empresas na venda de sementes vai melhorar a qualidade do produto e baixar preços.
Segundo o secretário, a idéia agora é concentrar as atividades do Estado na pesquisa e produção de sementes básicas e na fiscalização da qualidade do material vendido.
As sementes básicas serão vendidas à iniciativa privada, que terá como função multiplicá-las e vendê-las aos agricultores.
A secretaria, afirma Cabrera, continuará produzindo sementes para um estoque de garantia, que será vendido em regiões onde a iniciativa privada não quiser atuar. Uma série de portarias, licitações e minutas de projetos de lei reestruturando o DSMM (Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes) da secretaria deve estar pronta nos próximos 30 dias.
José Amauri Dizmarzio, presidente da Abrasem (Associação Brasileira dos Produtores de Semente), acredita que o fim do monopólio estatal pode atrair ao país empresas estrangeiras com tecnologia avançada na produção de sementes de algodão.
No Paraná, o monopólio do Estado na produção de sementes de algodão foi quebrado em 1989.
Por causa da medida, nos últimos seis anos houve redução de 30% no preço da saca de 30 kg de semente, segundo Nelson Costa, coordenador do departamento econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do PR).

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