São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995 |
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FHC faz defesa de acordo firmado com os ruralistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem o acordo sobre crédito agrícola firmado com a Frente Parlamentar da Agricultura -a bancada ruralista- e ressaltou a prioridade do governo para o setor de saúde.Ele disse ainda que o Plano Real transferiu R$ 15 bilhões ``para a mão do povo". Os dois assuntos foram tema do discurso de recepção aos alunos da Escola Superior de Guerra. FHC discursou a 129 estagiários da ESG de uma turma chamada ``Amazônia Brasileira". O presidente citou projetos para a região norte, como a hidrelétrica de Samuel, a hidrovia Araguaia-Tocantins e o fortalecimento da matriz energética da região. Ele também defendeu a reforma administrativa do Estado, disse que o governo tem um trabalho social concentrado no programa Comunidade Solidária, fez um balanço sobre o primeiro ano do Real e os seis meses de governo e pregou o reaparelhamento das polícias para reduzir a violência urbana. Sobre o crédito agrícola, ele disse que o governo ``está efetivamente voltado para resolver os problemas na base da sociedade", após citar a linha de crédito agrícola dirigida aos pequenos produtores (até o valor de R$ 30 mil). FHC referiu-se a esse tema como ``matéria que tem sido objeto de tantas alusões nos jornais e de tanta discussão no Congresso". Reportagem publicada na edição de anteontem da Folha mostra que o acordo com os ruralistas custará ao governo R$ 2,8 bilhões. O acerto com ruralistas foi fechado em 8 de junho, um dia após a aprovação da emenda que quebra o monopólio estatal do petróleo em primeiro turno na Câmara. A bancada ruralista soma 132 votos. FHC disse que o acordo foi ``um passo audacioso" e destacou a fixação das taxas de juros do financiamento agrícola em 16% ao ano. Segundo ele, essa política poderá significar ``até mesmo juros negativos". Sobre a saúde, FHC reafirmou que é ``uma área crucial para o Brasil". Disse que os recursos não são suficientes, mas que o ministro Adib Jatene está colocando em dia o pagamento da conta dos ambulatórios. O presidente negou que a reforma administrativa do Estado, cuja proposta deve ser enviada em agosto ao Congresso, vá prejudicar o servidor público. Ele considerou de má-fé as afirmações de que essa reforma será ``contra o servidor". Uma das propostas é o fim da estabilidade no emprego. FHC citou o projeto de combate à mortalidade infantil em mil municípios atendidos pelo programa Comunidade Solidária. No balanço sobre um ano do Plano Real, o presidente disse que a inflação de seis meses -em torno de 10%- corresponde à de uma semana antes do plano. Texto Anterior: Ossos do ofício Próximo Texto: Andrade Vieira defende mais concessões Índice |
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