São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Secretaria adia retirada de material escolar em SP

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo ainda não iniciou a retirada de um estoque de 2.000 toneladas de material escolar, avaliado em R$ 47,9 milhões, que está armazenado em quatro depósitos em São Paulo.
O estoque, destinado a cerca de 5 milhões de estudantes, está retido há seis meses, conforme revelou a Folha na edição de sábado.
O material inclui 20 milhões de cadernos, 19,9 milhões de lápis, 9,9 milhões de borrachas, 5 milhões de canetas e apontadores e 1,5 milhão de réguas. Foi entregue pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), do Ministério da Educação.
A fundação está pagando R$ 50 mil mensais pelo aluguel de três armazéns onde está depositado o material. O dinheiro daria para comprar 20 mil cadernos por mês. O quarto armazém é de propriedade da FAE, que não precisa pagar aluguel por ele.
Na última quinta-feira, a Secretaria da Educação havia informado que o material seria retirado até o próximo dia 30, quando vence o contrato de aluguel com os proprietários dos três depósitos.
Em ofício do último dia 9, a FAE pedia à secretaria para retirar o material ou assumir os contratos de locação dos depósitos a partir de 1º de julho.
Vera Lúcia Brites, encarregada de depósito da FAE em São Paulo, disse ontem que a retirada do material destinado à Secretaria da Educação não começou em nenhum dos quatro armazéns.
Segundo ela, embora o contrato de locação vença no dia 30, a FAE estuda prorrogar o prazo.
A assessoria de imprensa da secretaria informou que a distribuição começa em julho e que todas as escolas devem receber sua parte até o início do segundo semestre letivo, em agosto.
Segundo a secretaria, o prazo estava previsto desde o início do ano. A assessoria informou que, em nenhum momento, a secretaria foi pressionada pela FAE para retirar o material.

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