São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Grande SP registra 28 chacinas neste ano

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário-adjunto de Segurança Pública de São Paulo, Luiz Antonio Alves de Souza, 43, afirmou ontem que a única maneira de prevenir chacinas é identificar e punir os autores dos crimes. ``Homicídio é um crime casual, de difícil prevenção", disse.
No último fim-de-semana aconteceram quatro chacinas em São Paulo (três na zona sul e uma na zona leste), deixando um saldo de 13 mortos. Desde o início do ano, já aconteceram 28 chacinas na Grande São Paulo, com 94 mortos. Mais da metade (15) dos crimes ainda não foram esclarecidos.
No final de abril foi criada uma coordenadoria de ações contra chacinas, vinculada ao DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa). O número de chacinas caiu de seis, em abril, para duas em maio. Em junho, até agora, já aconteceram oito chacinas.
O delegado do Departamento de Homicídios Jurandir Correia de Santana, 36, responsável pela coordenadoria, diz que não houve descuido por parte da polícia. ``Não há explicação lógica para o aumento das chacinas", disse.
Para Santana, a punição aos culpados tem dado resultados. ``Nas áreas onde aconteceram prisões as chacinas diminuíram", afirmou.
Ação semelhante
Dois homens aparentando cerca de 25 anos foram mortos ontem de madrugada dentro de um bar em Parelheiros (zona sul de São Paulo). Segundo o delegado Augusto Faria, 51, a ação é semelhante às praticadas em uma chacina.
Os dois foram mortos a tiros dentro do bar e em seguida postos sobre a calçada. Não há testemunhas e a polícia não tem pistas dos assassinos. Os vizinhos evitam comentar o caso.
Para Faria, o crime pode ter ligação com o tráfico de drogas. ``A região é perigosa, existem muitos pontos de tráfico espalhados. Alguns bares, de beira de estrada, facilitam o comércio", afirmou.

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