São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Ministro renuncia e desafia Major

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

O ministro britânico para o País de Gales, John Redwood, renunciou ontem de manhã a seu cargo no governo do primeiro-ministro John Major e decidiu desafiar o premiê na eleição para a liderança do Partido Conservador.
No lançamento de sua candidatura, ontem às 14h em Londres (10h em Brasília), Redwood disse que decidiu participar por não concordar com a renúncia de Major, anunciada na última quinta-feira.
Segundo o candidato, a atitude do premiê ``jogou o Partido Conservador no limbo, quando ele necessita de uma liderança forte".
A candidatura Redwood jogou por terra a ilusão de que os integrantes do gabinete de Major seguiriam unidos com o premiê.
Na última sexta-feira, os outros ministros, inclusive Michael Heseltine (Indústria e Comércio) e Michael Portillo (Trabalho), nomes cotados para a liderança, declararam seu apoio a Major, pelo menos durante o primeiro turno da escolha do novo líder.
Apoiado pelos grupo dos ``eurocéticos" -contrários à adesão do Reino Unido a uma moeda única européia-, Redwood disse que, ``como premiê, nunca permitiria a abolição da libra".
Norman Lamont, ex-ministro das Finanças de Major e um de seus maiores críticos, abriu mão de sua própria candidatura para apoiar Redwood.
Ontem, a antecessora de Major no cargo, Margaret Thatcher, desistiu de apoiar o premiê em sua decisão partidária, como havia anunciado. Mais tarde, em entrevista à cadeia norte-americana CNN, disse que continuava apoiando Major, mas admitia rever sua posição.
O embate Major-Redwood nas eleições de 4 de julho não deve fornecer ao Partido Conservador uma liderança de expressão para as eleições gerais, previstas para 1997.
O Partido Trabalhista, liderado por Tony Blair, está em média 40 pontos percentuais à frente do Partido Conservador nas pesquisas de opinião e tem defendido a antecipação das eleições gerais para 95.
Enquanto sua situação política se complicava em Londres, Major participava em Cannes (França), da reunião da cúpula dos 15 países da União Européia.
O premiê defende que o Reino Unido participe das discussões sobre a integração européia e deixe para depois a decisão sobre sua adesão à moeda unificada.

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