São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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Fundos de pensão; Frente agrícola; Racismo; Destra e sinistra; Petróleo; Contribuição sindical; Saúde; Brasília; Casa própria

Fundos de pensão
``A carta do presidente da Previ publicada na Folha de 25/6 omite que foi o TCU (Tribunal de Contas da União) que denunciou que as estatais pagaram indevidamente aos fundos de pensão. Se os fundos de pensão não devolverem, o certo seria fechar o TCU, pois o órgão é inútil. Já sustentamos esses dinossauros estatais que saqueiam o país. Assim economizaríamos pelos menos os gastos com o TCU."
Luiz Gornstein (São Paulo, SP)

Frente agrícola
``A Folha, em sua edição de 25/6, na notícia publicada sobre a `bancada ruralista' e seus integrantes, incluiu meu nome entre os que a compõem. Há engano, que peço corrigir. Membro da bancada do PFL, não pertenço a nenhum grupo parlamentar, partidário ou interpartidário."
Josaphat Marinho, senador pelo PFL-BA (Brasília, DF)

Nota da Redação - As listas com os integrantes da Frente Parlamentar Agrícola foram fornecidas à Folha pela coordenação da bancada.

Racismo
``Fiquei chocado ao ver os resultados da pesquisa Datafolha sobre preconceito de cor (25/6). É frustrante saber que no Brasil, um país de raça mestiça, em que a maioria da população, creio eu, é de mulatos e negros, exista preconceito racial."
Frederico Augusto Auad de Gomes (Goiânia, GO)

``Importante a pesquisa realizada pela Folha. Aproveito para sugerir que comecemos a atacar o racismo pelo resgate da história dos negros. Na escola (1º grau) nunca nos foi falado sobre os nossos antepassados na África. Nós só conhecemos os negros dos calabouços dos navios negreiros para cá. Isso já derrubou e ainda está derrubando a nossa auto-estima."
Guaracimir Jorge Nascimento (Guaratinguetá, SP)

Destra e sinistra
``Li o artigo de Gilberto Dupas. Sou um rival amador de Celso Lafer na aquisição dos livros de Norberto Bobbio nas livrarias brasileiras. Com ele, costumo discutir com frequência sobre esse filósofo e `senatore a vita'. O resumo que Dupas faz do pensamento de Bobbio, no `La destra e la sinistra', é perfeito. Elas realmente estão vivas, mas mudaram seus marcos conceituais. A esquerda acredita na igualdade dos homens e luta pela diminuição das desigualdades sociais. A direita as aproveita e perpetua para apresentar o que denominam `desenvolvimento', como causa e consequência da exclusão social. Impossível, entretanto, como afirma Dupas, unir direita e esquerda para alternativas eficazes na diminuição da miséria. Uma profunda clivagem ideológica dividiu realmente os líderes e os políticos nessa nova visão `bobbiana' da direita e da esquerda. A luta é mais profunda, meu caro Dupas, e os intelectuais têm de participar dela, antes que essa visão acrítica direitista e liberal, que nos vem pelo braço da social-democracia cooptada pelos interesses financeiros, tome conta definitivamente do país e o ofereça, de forma total e submissa, ao capital internacional, como está por acontecer, dentro deste eufemismo que se denominou de globalização da economia, mas que, na realidade, é o predomínio da direita nessa nova visão de Bobbio."
José Aristodemo Pinotti (São Paulo, SP)

Petróleo
``No artigo `Petróleo: as reformas do PFL e o suicídio do PSDB', do professor Luiz Pinguelli Rosa (21/6), aparece uma grave denúncia: `a Shell deixou de distribuir a quota de combustíveis dada a ela pela Petrobrás durante a greve'. Se nenhuma iniciativa for tomada para apurar a denúncia, vamos crer que esse ato criminoso só pode ter sido perpetrado pela conivência do governo. Vou torcer para que não seja verdade, pois aí impeachment seria prêmio; cadeia, disputada colônia de férias. E Dom Fernando 1º, seríssimo candidato à canonização."
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)

Contribuição sindical
``Fiquei estarrecida com a informação de que o sindicato das secretárias está cobrando uma contribuição assistencial de 4% do salário nominal nos meses de junho, agosto e outubro, limitada a R$ 160,40 por mês! Trabalho de 10 a 12 horas diárias para ter de enriquecer um sindicato, não tendo o menor direito à opção. Tanto o sindicato das secretárias quanto outros de categorias fortes são verdadeiras máfias de extorquir dinheiro."
Heloísa Duarte (São Paulo, SP)

Saúde
``O presidente Fernando Henrique Cardoso, na posse, mostrou a intenção de mudar o modelo brasileiro de saúde para a aplicação de uma medicina mais humana, com ênfase na prevenção e compatível com nossa realidade. O presidente da Associação Paulista de Medicina recentemente confirmou na Folha essa necessidade, reclamando uma medicina mais barata e eficiente. O ministro da Saúde, que conseguiu dobrar suas verbas em seis meses e tentou oficializar a cobrança `por fora' pelos hospitais e médicos de pacientes do SUS, agora tenta conseguir ainda mais recursos do Congresso por meio da volta do IPMF. Não se vê na prática nenhuma mudança de modelo pelo Ministério da Saúde, conforme o plano inicial do governo -ao contrário, apenas um esforço para o fortalecimento do atual sistema médico industrial instalado no país."
Carlos Eduardo T. B. Monteiro (São Paulo, SP)

Brasília
``Já discordei de Gilberto Dimenstein algumas vezes. No entanto, dentre as muitíssimas opiniões suas com que concordei, nunca o fiz com tanta veemência como a que ora faço em relação a seu artigo `Brasília, cidade aberta' de 18/6. Nós, cidadãos radicados na capital, brasileiros que, como a grande maioria, se dedica a viver o Brasil, precisávamos ver resgatada nossa dignidade e honra ante ataques generalizados e sobretudo perversos por traduzirem gratuita maledicência. Basta de sermos tratados, quando em contato com pessoas de outras capitais, como indolentes e abastados marajás."
Temístocles de Mendonça Castro (Brasília, DF)

Casa própria
``O governo, por meio da Caixa Econômica Federal, pretende reajustar todas as prestações da casa própria, uma vez que elas não estão nem pagando os juros respectivos. Não interessa, nem vem ao caso, se este mutuário, trabalhador que não teve reajustado seu salário ou o teve em índice inferior, vai ter condições de suportar tal reajuste, que, segundo informações veiculadas na imprensa, poderá chegar a quadruplicar o valor da prestação. Esses juros referem-se a saldos que não pararam de crescer, mês a mês, enquanto os salários foram congelados por meses. Essa dívida é do governo. Cabe ao Tesouro Nacional assumi-la."
Luiz Carlos Pinho de Assis (São Paulo, SP)

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