São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995
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IBM lidera em receita e Xerox lucra mais

LUCIA REGGIANI

Empresas investem em serviços e produtos para o pequeno usuário e prevêem crescer em 95
A IBM Brasil manteve em 94 o primeiro lugar no ranking das cem maiores com um faturamento de US$ 1,69 bilhão. Mas o maior lucro (US$ 70 milhões) foi registrado pela Xerox do Brasil, terceira colocada em receita.
As duas multinacionais norte-americanas ainda dividem o pódio na geração de empregos por empresas privadas no país. A Xerox lidera com 5.300 funcionários, seguida pelos 4.312 trabalhadores da IBM.
No mercado, as empresas se separam e complementam. A IBM busca se firmar como fornecedora de soluções de processamento, enquanto a Xerox procura virar sinônimo de impressão.
``Se precisar operar rede, operamos; se precisar educar o usuário, educamos; se o cliente quiser manutenção, damos, com ou sem máquina ou programa IBM", diz Rudolf Hohn, 55, presidente da empresa.
A oferta de soluções pela IBM tem por trás uma nova organização que começou a se consolidar em 94. O novo perfil usa como referência três tipos de clientes.
Na ponta mais sofisticada está o cliente que quer a solução completa: máquina, programas, serviço, suporte e consultoria. No outro extremo, o comprador de micro simples, sem multimídia, direto da prateleira.
No meio termo, os produtos adaptados para profissionais liberais ou pequenas empresas, que demandam diferenciações e pacotes incluindo máquinas e programas.
O esquema já frutificou no ano passado, fixando a divisão por indústria. A área de serviços, por exemplo, vem crescendo no alucinante ritmo de 80% ao ano, diz Hohn.
Além do rearranjo do organograma, a IBM buscou a reduzir custos para oferecer preços menores. As despesas, diz Rudolf Hohn, foram reduzidas em 21%, com cortes ``em tudo o que foi possível".
A idéia, segundo Hohn, é ser mais competitivo, no Brasil e no exterior.
Em seus planos estão exportar mais para o Mercosul -mercado comum de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - e a centralização, no Brasil, de todo o processamento de dados gerados na América do Sul, da empresa e de seus clientes.
``Ninguém toma decisões numa tela de computador. Há sempre um papel, um documento", diz Carlos Henrique Moreira, 59, vice-presidente da Xerox, convicto de que a necessidade de imprimir dados não vai diminuir nem desaparecer.
Ao contrário, a aposta da Xerox no segmento de impressoras para o pequeno usuário teve grande participação no lucro obtido em 94.
Moreira faz a lista dos produtos de sucesso em 1994. Da impressora Docutech, para redes, capaz de substituir pequenas gráficas, às copiadoras coloridas, que também podem se ligar em rede de computadores.
As vendas das impressoras pequenas cresceram 30% nos últimos cinco meses de 94, enquanto a comercialização das de grande porte teve expansão de 7% a 8% no período.
A intenção da empresa é ganhar mais espaço nesse mercado neste ano. A Xerox cresceu 7,5% em 94, em relação a 93. Para repetir o percentual agora, deve investir US$ 145 milhões em equipamentos e infra-estrutura.

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