São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995
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Setor cresce em ritmo acelerado

Clientes são empresas que querem reduzir custos e modernizar sua estrutura
O mercado brasileiro de serviços de informática movimentou no ano passado quase US$ 2 bilhões, sem incluir nessa conta as despesas com manutenção e instalação de equipamentos e software quase que exclusivamente cobradas pelos fabricantes.
Essa cifra representa um aumento da ordem de 18% sobre os negócios realizados em 1993, segundo dados publicados pela EDS Market Analysis.
O setor deve manter esse ritmo de crescimento nos próximos anos. Na categoria de serviços estão incluídos trabalhos de consultoria, desenvolvimento, integração e gerenciamento de sistemas.
"O mercado voltou a contratar em 1994, depois de dois anos de investimentos represados em plataformas descentralizadas", diz Fernando Cardoso, vice-presidente de marketing e desenvolvimento de negócios da EDS, a sexta maior empresa no ranking setorial (leia tabela ao lado).
Esse aquecimento se refletiu na receita da empresa no Brasil. Segundo Cardoso, em 1993 o faturamento da EDS foi de US$ 70 milhões, saltando para os US$ 100 milhões no ano passado.
A empresa oferece serviços de consultoria de negócios, faz desenvolvimento e integração de sistemas, outsourcing (atividade que significa repassar a terceiros toda a administração da área de informática da empresa) e terceirização de processos, como assumir o serviço de atendimento a clientes ou a operação de cartões de crédito.
Para Dario José Noronha, gerente executivo de planejamento de marketing da GSI, a associação da IBM com o grupo Gerdau que ocupa a sétima posição no ranking do setor, já no final de 1993 o mercado dava sinais de que começava a melhorar.
"O aumento da concorrência, a liberação das importações, todo esse quadro econômico obrigou as empresas a repensarem suas estratégias. Não dava mais simplesmente para repassar para os preços o aumento e seus custos", acredita Noronha.
As empresas começaram a contratar serviços especializados, pressionadas pela necessidade de reduzir custos.
"Já agora, neste ano, observamos um segundo movimento: as empresas pesam outras variáveis, como escolher uma tecnologia que acompanhe o desenvolvimento do negócio e garantir a atualização tecnológica do pessoal técnico", acrescenta Noronha.
No Brasil, o setor financeiro é o que mais gasta com a contratação desse tipo de serviço, respondendo por 28,1% da receita.
Vem seguido de perto pela indústria de manufatura (particularmente setores mais competitivos como alimentos, automobilístico, petroquímica), responsável por 24,2% do total.
O varejo não figura entre os segmentos que mais contrata, ao contrário do que acontece, por exemplo, no mercado norte-americano.
Mas a entrada de grandes concorrentes, como a Wall Mart, a relativa estabilidade da inflação e a retração do consumo têm obrigado empresas da área de comércio a também investir em tecnologia.
O mercado brasileiro ainda consome muito os serviços de desenvolvimento de sistemas, uma área bastante pulverizada atendida por um profissional autônomo até grandes companhias.
A seguir, vêm as atividades de outsourcing. No caso da GSI, por exemplo, quase metade do faturamento de US$ 61 milhões, obtido no ano passado, vem da prestação desse tipo de serviço.
Para os próximos anos, a expectativa é que se aumentem os investimentos em serviços de redes corporativas e de telecomunicações.

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