São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995
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Usuário doméstico entra no mercado

RODOLFO LUCENA

Usuário doméstico entra no mercado
Aumento das vendas de micros para uso em casa dá novo perfil ao setor
As vendas de computadores para uso em casa e em pequenos escritórios foram o grande marco do mercado brasileiro de informática em 1994.
A combinação de estabilidade da economia, queda de preços e de computadores mais fáceis de usar fez com que o usuário doméstico, aparecesse com maior peso.
O aumento da importância do mercado doméstico e de pequenos escritórios -conhecido nos EUA como Soho, sigla para pequeno escritório e escritório doméstico- é uma tendência mundial.
Nos Estados Unidos, é crescente a curva de vendas de micros para uso em casa. Cresce também o uso de CD-ROM, equipamento fundamental para levar som e vídeo ao computador (leia quadro ao lado).
Ao que parece, a tendência começa a se firmar também no Brasil. A Fenasoft do ano passado foi um dos momentos em que a presença do comprador pessoa física ficou mais evidente.
Com um público 20% maior que o do ano anterior, aquela feira de informática realizada em São Paulo foi transformada em um grande varejão.
Tendo à disposição programas e equipamentos equivalentes aos disponíveis no exterior, o consumidor brasileiro comprou de tudo, desde programas eróticos até computadores portáteis e sistemas multimídia.
``O mercado doméstico deu uma disparada bastante grande", diz Flávio Sehn, 62, presidente da Edisa Hewlett-Packard. ``A tendência é continuar assim", acredita ele.
Exatamente por isso, as empresas começaram a lançar produtos especialmente projetados para atender a família.
São as máquinas multimídia equipadas com programas que ensinam como usar o computador, como o Presario, da Compaq, e o Aptiva, da IBM.
Graças a eles, o usuário doméstico aparece ``com mais força", como diz João Antonio Alves, 46, gerente-geral da IBM PC Company, que teve o maior faturamento entre as empresas de microcomputadores.
Para este ano, Alves prevê que as vendas de micros para uso em casa e em pequenos escritórios passarão a representar cerca de metade das vendas totais da PC Company.
A Compaq, maior fabricante mundial de computadores pessoais e segunda no segmento, no Brasil, também investe no filão.
``Estamos desenvolvendo um canal específico de varejo para atender esses clientes", diz o diretor-presidente da empresa, Jorge Schreurs, 38.
Os grandes fabricantes também aproveitam os incentivos oficiais para quem produz no país, diminuindo seus preços. Algumas máquinas chegaram a ter queda de até 30%.

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