São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995 |
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Comércio festeja bom desempenho
FLÁVIO TORRES PAES Comércio festeja bom desempenhoVendas foram bem no varejo e no atacado; crescimento deve continuar em 95 As empresas do segmento de comercialização e distribuição de produtos para informática fecharam o ano de 1994 em festa. As receitas bateram recordes e, para este ano, as previsões também são positivas. O número de usuários cresceu. Além disso, os consumidores têm mais dinheiro, conhecem os produtos, estão mais exigentes. Também já não se contentam com contrabando, preferindo a maior segurança dos serviços legalizados. As empresas, por sua vez, nem discutem a necessidade da informatização. Sabem o que é preciso fazer e exigem qualidade e segurança. Esses fatores, somados ao aquecimento da economia, provocaram no ano passado um "boom no segmento. Conseguiu melhor desempenho quem esteve atento às mudanças. Crescimento A empresa de informática BMKS Belgo-Mineira -uma das 32 do grupo liderado pela Siderúrgica Belgo-Mineira- faturou R$ 23,9 milhões em 1994. Dessa receita, 13% vieram das vendas de máquinas IBM e Compaq para gerenciar recursos de redes de computadores, micros, software e acessórios. "Projetamos para 1995 um crescimento de 35% sobre essas vendas, afirma Jader Andrade, diretor-presidente da BMS. Outro exemplo é a distribuidora Flytec, que, em relação a 1993, quadruplicou as vendas no ano passado (receita em 1994 de US$ 24 milhões). "Hoje compensa comprar uma máquina legalizada. O contrabando está perdendo mercado. Em revendas especializadas, o consumidor ganha segurança, garantia e bom atendimento, diz Paulo Soares, diretor da Flytec. A popularização dos micros também contribuiu para o "boom. Os preços continuam caindo em função do aumento do volume de vendas, concorrência e novas tecnologias. Além disso, cresceu o número de consumidores leigos, conforme avaliam distribuidores e lojistas. Os novos consumidores estão interessados principalmente em multimídia e Internet (rede mundial de computadores). Os iniciantes preferem lojas onde haja farta apresentação do produto. Segundo o diretor da Flytec, hoje o campeão de vendas da empresa é o micro computador 486DX2 com velocidade de 66 MHz, que responde por 70% dos negócios. A mudança foi brusca. Há três meses, o microcomputador mais vendido tinha clock (velocidade) de 40 MHz, com 40%. "Cerca de 30% desses 486 já vêm com kit multimídia, diz. José Jerônimo Rodrigues, diretor comercial da Alcatéia, informa que em 1994 a distribuidora vendeu cerca de 6.000 micros, entre outros produtos, elevando o faturamento em 37% na comparação com 1993. "Reduzimos a margem de lucro, melhoramos os contatos e aumentamos a linha de produtos, diz Rodrigues. Estratégia As empresas desse segmento definem sua estratégia com base em dois pontos: atendimento de qualidade e preço competitivo. Além, é claro, de uma boa mercadoria. A partir daí, há divergências. Para Vladimir José Pereira, da Imarés, a estratégia para conseguir aumentar a receita em 10% de 1993 para 1994 foi especializar-se no segmento corporativo. A empresa atua em conjunto com a MS Indústria Eletrônica -pertencente ao mesmo grupo-, que oferece projetos de informatização e automação. "Nosso diferencial é o atendimento impecável pré e pós-venda. Não deixamos o cliente na mão, diz Pereira. Oferecendo cerca de 2.500 itens, a Alcatéia vende para revendas (40%), pequenas montadoras (40%) e empresas de assistências técnicas (20%). Para a Flytec, a estratégia é outra: "A empresa trabalha com cem itens e desde 1993 distribui apenas para revendas -são quase mil clientes. É preciso não desviar o foco do negócio. Facilita a administração e tem dado bons resultados, explica Soares. Texto Anterior: Usuário doméstico entra no mercado Próximo Texto: Consumidor bate à porta, diz lojista Índice |
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