São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995 |
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Nuzman usa reengenharia em projeto de Olimpíada
DA REPORTAGEM LOCAL O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) busca, a partir de hoje, redesenhar de forma radical sua estrutura. O objetivo é melhorar o desempenho do esporte brasileiro na Olimpíada de Atlanta-96.Em outras palavras, aplicar o conceito de reengenharia, termo que tem estado em voga no mundo dos negócios desde o início desta década. Para aplicar a reengenharia, a partir das 11h de hoje Carlos Arthur Nuzman, 53, assume a presidência do COB, recebendo o mandato das mãos de André Richer, que passa à vice-presidência. Nuzman (leia texto abaixo) deixa o comando da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), entidade que dirigiu durante 20 anos, e que transformou o vôlei em um dos esportes mais bem-sucedidos do país. O dirigente assume a presidência do COB com a promessa de transformar o Brasil numa potência mundial do esporte e fazer do COB uma entidade profissional. Na solenidade de posse, marcada para o 10º andar do Jockey Club Brasileiro (centro do Rio), Nuzman anuncia seus planos para o organismo e divulga os nomes daqueles de quem deve receber apoio, como o presidente da Fifa, João Havelange. Com fama de autoritário, Nuzman permanece no comando da entidade pelos próximos dois anos e meio. Foi o acordo traçado na última eleição do organismo, há dois anos e meio. Na época, Nuzman e Richer decidiram unir forças e dividir o mandato, cabendo a cada um metade de um período de cinco anos. Antes mesmo de assumir efetivamente o comando do COB, Nuzman já mostrou algumas de suas armas. Levou, por exemplo, para dentro da entidade, membros de seu ``staff" pessoal, como José Roberto Perillier, ex-diretor de competições da CBV, um de seus braços direitos, que passa a ser o diretor técnico do COB, além de duas secretárias. Em fevereiro último, Nuzman antecipou para a Folha que pretendia levar a experiência de profissionalização da CBV para dentro do COB. Foi além, dizendo que, entre seus planos, a prioridade é o Projeto Olímpico para Atlanta. Este englobaria não só a briga pelo bicampeonato no vôlei masculino, mas também o incentivo às categorias com possibilidades de medalha de ouro, como o vôlei de praia, o judô, a natação e o atletismo, entre outros. ``Nuzman tem seus métodos e deve aplicá-los no COB", disse o ex-presidente Richer. Defensor do projeto Rio 2004, uma campanha para a cidade ser sede olímpica, Nuzman fez realizar ali, em janeiro e fevereiro últimos, o Festival Olímpico de Verão, prestigiado por cerca de 200 mil pessoas. Seu primeiro projeto atinge São Paulo: no próximo mês, promove na cidade o Festival Olímpico de Inverno, no ginásio do Ibirapuera. Texto Anterior: Federação pressionou editora Próximo Texto: Dirigente é centralizador Índice |
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