São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 1995
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Publicidade; Loucura moral; Preconceito; Canções de Tom; Cargos no Distrito Federal

Publicidade
``A reportagem publicada em 25/6 sob o título `Publicidade do governo custa R$ 382 mil' equivocou-se em todas as informações sobre a Comunicação Contemporânea Ltda. A saber: 1) a Contemporânea não participou do `pool' de agências que fez a campanha presidencial de Collor em 89; 2) a Contemporânea não fez os programas de TV do PTR, nem prestou serviços à produção do programa do horário eleitoral gratuito; 3) a Contemporânea não tem, nem nunca teve, R$ 38,006 milhões contratados com o governo federal; são R$ 4,3 milhões com o BNDES (Plano Nacional de Desestatização), R$ 4,6 milhões com a BR Distribuidora (prorrogação de contrato) e cerca de R$ 6 milhões com a Cia. Vale do Rio Doce (prorrogação de contrato), o que perfaz um total em torno de R$ 15,9 milhões. Os documentos pertinentes estão desde já a disposição da reportagem da Folha de S. Paulo."
José Antonio Calazans Rodrigues, vice-presidente de Administração e Finanças da Comunicação Contemporânea Ltda. (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do jornalista José Roberto de Toledo - Segundo o anexo nº 1 do ofício 176, de 13 de junho de 1995, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a Comunicação Contemporânea assinou um contrato com a Petrobrás Distribuidora em 9 de setembro de 93 no valor de R$ 12.175.440,60, que foi prorrogado em 8 de setembro de 94, por um ano, ao valor de R$ 3.531.143,27. O ofício mostra ainda dois outros contratos: um com o BNDES (21/12/94 a 20/12/95), no valor de R$ 4,3 milhões, e outro com a CVRD (1/9/92 a 31/8/95), de R$ 18 milhões. Somados, esses contratos perfazem R$ 38.006.583,97.

Loucura moral
``Não posso deixar de manifestar minha profunda repulsa ao conteúdo e aos termos do artigo do dr. Fábio Konder Comparato publicado no último dia 25 pela Folha. O Brasil vive hoje, no honrado governo Fernando Henrique Cardoso, um momento de democracia só comparável aos dias de Juscelino Kubitschek, sendo, a meu juízo, totalmente injustificável a postura do autor do artigo em questão."
Edmundo Klotz (São Paulo, SP)

``É brilhante o artigo do professor Fábio Konder Comparato de 25/6. Suas palavras são um farol que torna claro e transparente esse ambiente de pusilanimidade que a era FHC inaugurou."
Fabio Cypriano (São Paulo, SP)

Preconceito
``Pobre Pernambuco! Em tempos de mídia onipotente, mercados em ebulição e o `politicamente correto' criando novos padrões de comportamento dentro das sociedades, o maior jornal do país mostra que lá a nova ordem mundial ainda é conceito -e fato- alienígena. A pesquisa do Datafolha sobre racismo desperta, ou deveria despertar, em todos os pernambucanos a vergonha de tentarmos participar dessa nova ordem trazendo a reboque idéias herdadas de classes decadentes, atrasadas, viciadas num clientelismo nojento e ainda orgulhoso de um passado que, se foi admirável, depois de revisto com o conveniente distanciamento histórico mostra-se também perverso e disseminador de idéias atualmente intoleráveis. Mais que as atrizes loiras da televisão, como diz Marilene Felinto, o grande culpado pelos índices `heavy' de preconceito observados no Recife é o pernambucano médio, que, para se impor na sociedade, recorre a algum antepassado ilustre, por mais remoto e obscuro que seja esse ascendente. Pernambucanos, esqueçam os ilustres parentes mortos! Renasçam! Acordem, pois os tempos são outros, e, certamente, não foi discriminando nem excluindo raças que vocês se atrelaram a esses tempos! Obrigado à Folha, obrigado a Marilene por nos envergonhar e assim nos fazer substituir o preconceito burro por idéias mais arejadas de tolerância e desenvolvimento mútuos."
Frederico Jardim F. Goyanna (São Paulo, SP)

Canções de Tom
``Com referência à crítica do sr. Pedro Alexandre Sanches (Ilustrada, 23/6), quero avisar aos leitores deste democrático jornal que o meu último CD (`Canções de Tom Jobim') é muito bonito e muito bem cantado, porque canto bem. Os arranjos e o piano de Francis Hime são lindos, e a capa também é muito bonita. Convém lembrar que meu penúltimo CD contém duas músicas de Tom Jobim, sendo que uma delas deu título ao disco (`Canta Mais'), gravação esta de que o próprio Tom gostou muito."
Vânia Bastos, cantora (São Paulo, SP)

Cargos no Distrito Federal
``Reportagem da Folha afirma ter sido fruto de nepotismo a nomeação de minha esposa, Maria Sônia Pinheiro, como diretora do Centro de Ensino número 2 da cidade-satélite do Gama. Ela é professora concursada da rede pública há 18 anos. Neste ano, seu nome encabeçou uma lista tríplice apresentada pela própria comunidade docente e foi acatado pelo governo. Outra pessoa citada é Deli Veríssimo Pinheiro, minha cunhada, diretora do Centro de Ensino número 5 da mesma cidade-satélite. Ela é professora concursada da rede pública e há 20 anos leciona na mesma unidade. Seu nome foi aclamado por unanimidade pelos professores e acatado democraticamente pelo novo governo. Também é citado Mauro Alves Pinheiro, meu cunhado, nomeado administrador regional do Gama. Mauro é jornalista e funcionário concursado da Companhia Energética de Brasília (CEB) há 23 anos. Como não temos eleição para administrador regional, proibida pela Lei Orgânica, seu nome integrou uma lista de cinco representantes dos movimentos populares. Três desses representantes abdicaram de suas postulações, reforçando o apoio ao seu nome, que então foi acatado pelo governo."
Pedro Celso, secretário de Trabalho do Distrito Federal (Brasília, DF)

``Realmente não sou concursada nem sequer funcionária antiga do GDF. Fui contratada no dia 9/6, após terminada toda a tramitação do pedido de requisição processado pelo GDF ao CNPq, órgão a que pertenço desde 1980. Durante 1993 e 1994, fui requisitada pela Presidência da República para prestar serviços no Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea). Em fevereiro de 1995, fui procurada pelo governador Cristovam Buarque, por sugestão de d. Mauro Morelli, que me convidou para assumir a coordenação de um programa de segurança alimentar para o GDF. D. Mauro Morelli achou que minha experiência e meu mestrado feito na Inglaterra sobre movimentos sociais urbanos poderiam ajudar no programa proposto."
Maria das Graças Vilela Ibañez (Brasília, DF)

``Como secretário de Fazenda e Planejamento, o deputado Wasny de Roure é responsável pelo preenchimento de inúmeros cargos. Entre eles, alguns com remuneração superior a R$ 5.500. No dia 23/6, o repórter Lúcio Vaz solicitou informações sobre a situação funcional da esposa e das duas irmãs do secretário junto ao GDF. Explicamos a ele a situação de cada uma delas e lhe enviamos cópia de correspondência divulgada pelos jornais de Brasília em março, quando um parlamentar da oposição achou por bem fazer a `denúncia' agora republicada pela Folha. Infelizmente, o repórter não considerou quaisquer daquelas informações."
Inaê Amado, chefe da Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Fazenda e Planejamento (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Lúcio Vaz - Os funcionários mencionados na reportagem foram nomeados para cargos de confiança após a posse do governo petista. A prática da nomeação cruzada (o parente de um secretário é promovido por outra autoridade) é comum na administração pública. O PT do DF encara como normais procedimentos que condenava em administrações anteriores.

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